Momentos Reflexivos:palavreando, fotografando ... Boca que não cala!Olhos atentos!Coração na ponta da língua! Razão na ponta da língua! Dual criativo,perceptivo ... registrado. No direito ou avesso,emotividade, sensibilidade! Crônicas ou poesias, transpareço! Câmera na mão, transpareço! PENSAMENTAR é: SER CRIADOR, que se faz SER,CRIATURA! É ARTE DO PROSEAR, POETAR, POETAR-PROSEANDO,PROSEAR- FOTOGRAFANDO e,ou MUSICANDO. Tata Junq
segunda-feira, 13 de julho de 2020
Do Projeto, Uma Alma Masculina./ Tata Junq // Manuel e ...
( Imagem,via Google.)
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Olhei atento a ele.
Observava-me por longo tempo.
No parapeito da janela,qual fora uma estatueta,genuína.
Não miava,somente olhava-me.
Assim por vários dias.
Intrigou-me.
O que poderia querer com esse velho rabugento aqui?
Hora do café ... derramei todo o leite,e esbravejei.
Olhei pra janela,ele não estava.
Já dizia,Matilde, minha falecida mulher,"não se chora por leite derramado".
Eu retrucava sempre,há quem queira.
E,pensei no gato.
Poderia abrir a janela pra que ele entrasse e saboreasse,todinho o leite,que se espalhara.
Mas cadê o gato?
Passaram-se dias ...
Nada do gato.
Começo a pensar,que seria espírito de gato.
Passando no quintal,me atrevera,pois anda muito frio ... ia pegando as toras de madeira,pra aquecer a casa ... e escuto miadinhos ...
Não é que o gato,era gata-parideira e estava escondidinha com seus miúdos?
Amoleceu-me o coração.
Cuidadosamente,recolhi um a um ... ela me olhava,complacente.
Por fim,chamei-a,sem querer de Matilde.
Vamos pra casa,Matilde?!
Acompanhou-me.
Hoje em dia é minha família.
Os miúdos reinam de cá e de lá.
Matilde,ainda sobe no parapeito da janela.
Seu olhar é amoroso ... depois desce e fica a ronronar,no meu colo,na cadeira do balanço.
Meus dias deixaram de ser vazios.
Essa Matilde não vive a bronquear e me aquece.
E rio alto ao resmungar isso.
E acrescento: - Que Deus a tenha,Matilde,em bom lugar!
Registrando minha vivência,neste caderno amarelento,sabe-se por Deus até quando.
Amanhã falo da estrelinha,que veio a nos visitar.
Hoje chove a potes!!!
E Matilde olha essa chuva,que parece não ter fim.
Manuel,que por hora espreita o parapeito da janela,molhado,sem nostalgias.
Eu mesmo,o velho Manuel,meio que lá,menos ranzinza.
O que pode vir a correr mal?
(Inverno de 1943/ Portugal.)
( Do Projeto,Uma Alma Masculina. Por : Tata Junq)
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