Uma chávena?
Chá pra dois?
Sem brindes,
na tela fria.
Você lá,
eu cá.
Eu cá me perco.
Você lá,confunde-se.
A tela fria,
vê,
fala,
eclode
e faz da distância,
a pequenez do sentido.
Você lá,
eu cá.
Irrealidade-absurda.
Só dedilhar o off!
Pluft!
Somos mais nada.
Tata Junq
No remanso das águas, meus pés gélidos e sós.
Cristalinamente vistos,perdidos,parados.
Ouso agitar as águas,num gesto afoito,desmedido em forças.
Espalhei águas, mas não saí do lugar.
Provei da minha solidão.
E doeu tanto,tanto,que nem sombra fiz, mesmo usufruindo de um Sol-de-Verão.
Tata Junq
Rendi-me à dor.
Rendi-me ao óbvio.
Rendi-me à vida.
Rendi-me aos Céus-em-movimentos.
Rendi-me,
sem o querer,querido,
ópio de
meus sentidos,
num tempo,
esclarecido,
sem querer saber,
se
destino-cumprido,
você.
Faz sentido?
Tata Junq
Visão sem ciscos,
sem riscos,
sem cistos,
clara,
não-doentia,
centrada,
operante.
O vulto
ido,
depois do abraço,
prum espaço,
um
onde,
sem quando,
com porquê.
Perdi-me
de você.
Tata Junq
Que não a dor,
pra falar de amor?
Que não alegrias,
pra falar de amor?
Entre gemidos,
e
sorrisos,
valseio,
no baile-da-vida,
tão gigante,
no som toante,
em sinfonia.
Sem par,
sem ar,
sem hora,
amando,
amar.
Tata Junq
Gemo flores,
na
saudade,
lambendo
o
chão-depósito.
E,no olhar
perdido,
seu
vulto
sem
volta.
E,o colorido
da vida,
arco-íris,
virou
nevoeiro,
numa
cidade-vazia,
alma-minha.
Tata Junq
Cheiro de mofo.
Cheiro de morte.
Cheiro de flores.
O chão,
o buraco,
o tiro,
o canhão.
Clarim
na
aurora,
que
não
a
boreal.
As lágrimas,
os ventos,
o
silêncio
posterior,
derradeiro.
Tata Junq