Em síndrome de pânico,pânico!
Ela tentava respirar ... faltava-lhe o ar.
Suava,retorcia os dedos.
Não havia sequer um balbuciar ,dentro do elevador,avariado,onde morava e reinava uma escuridão ameaçadora,o medo.
Constância pensou nos filhos ainda pequenos,que criava sozinha.
( Filhos de pais diferentes.)
( Ambos mortos ... um de bala perdida,o outro,um suicida.)
Que haverá de ser deles,se eu sucumbir nesta joça de elevador?
( Pensou.)
Nem retrucou ... sua garganta estava seca.
Nem sons guturais,de animal ferido.
Passou a mão ligeira na testa ... sangrava.
Deu-se conta,que na hora do despencar,todos gritavam ... nem houvera tempo pra chorar.
Precisava respirar ...
Manter a calma.
Respirou ... respirou ... e esperou.
Enfim,alguém se pronunciou.
Alguém,que a Providência Divina,colocou na hora certa e em lugar certo.
- Mantenham a calma ... procurem não se movimentar ou tentar sair de seus lugares ... é o mais sensato,já que não sabemos o que nos sustenta,por hora.
- Aguardaremos socorro, e ele virá ...
- Enquanto esperamos, respirem com calma ... importante isso.
- Respirar é vida e autocontrole.Correto?
- Pensem em algo ou em alguém que se importe ... mas sem pesos ... e vibrem positivo ...
- Eu creio.
- Você crê?
- Ore ... seja lá como for ...
Ela pensou nos filhos e numa praça verdinha ... eles ali brincavam sorridentes.
Horas de espera ... mas foram resgatados.
Hoje em dia,vai ela e seus filhotes a uma pracinha,simples,do bairro.
Lá,só tem um escorrega-de-bunda.
Mas ... ali,deslizam sorridentes,incansáveis,seus amores.
E,suspira fundo ...
Na tormenta,que vivera,encontrou "seu Deus",esquecido,na sua infância miserável.
Tata Junq
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