quinta-feira, 18 de junho de 2020

Poetando às avessas. Se ...


                                  ( Entre LUZ & SOMBRA)
SE

Se rimar valesse um sonho,seria uma avestruz.
Engolidora do indigesto.
Se rimar valesse um céu,
seria aquarela nefasta.
Se rimar valesse um oásis,
seria água a saciar o desejo,
latente de vida.
Mas rimar,diz poema,
relutante.
Concreto.
É como mar,num deserto,inexistente.
Como vento,soprando forte.
Como Sol,queimando a pele.
Como a fonte,a secar ...

Queria rimar desejos leves.
Mas a alma chora os mortos.
Num tempo,entre dentes.

Quisera ousar um poema leve,
como pluma.
Num céu limpo.
Num mar,sem sangue.
Que agigantasse resistências.
Que quebrassem todas as dores,
qual martelo de Thor.
Que suasse sorrisos,quentes.
Que chegasse aos pés dos deuses,
de joelhos ... e pedisse clemência,
mesmo que,fosse em vão.
Que abrandasse esse meu coração,
desprovido de fé.
E,
num poder,absurdo,imperativo,
mudasse os rumos da Terra.

Ahhhh  ... poeta-ingênuo!
Sem ...cerne!!!!

Tata Junq

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