quarta-feira, 24 de abril de 2019

Do Projeto,Uma Alma Feminina. Viúva Negra.

Resultado de imagem para máquina de escrever antiga
( Imagem via Google.)

Maria queria somente um abraço e um chá bem quente.
Fazia muito frio.
Um longo inverno,quente como o inferno!
Queimava o corpo,a alma e o escambau.
Queimava ainda seus neurônios,fumando um charuto encontrado na gaveta.
Mário havia deixado lá.
A solidão dava-lhe nós no estômago.
Entre morrer ou nascer,pedia ao Poderoso clemência.
A consciência pesava a tal ponto,das pernas ficarem travadas.
Ela chorou lágrimas de fel.
E seu cinzento cérebro,encheu-se de sangue.
Tombou.
Os abutres invadiram aquela varanda,naquela tarde vazia.
(Questão de sobrevivência.)
Com gosto,pedaços,em pedaços miúdos.
Contam aqui na redondeza,que a assassina mereceu seu fim.
Era suspeita da morte do amante.
Como fora suspeita da morte do primeiro e segundo marido.
Viúva Negra ... e suas armadilhas.
Ninguém  quis recolher os ossos.
Ninguém ousa pisar nas proximidades da chácara ...
O bate-línguas me contou.
Eu?
Registro.
Este é meu papel,com o papel e a máquina de escrever,das antigas.
E estico um olhar curioso e confesso,que receoso,estou hospedada numa pousada não muito distante,da chácara mencionada.
Celular?
To num mundo,sem fios.
E lampiões,fazem o espaço,mágico.
Respiramos o ar fresco da madrugada,dum outono,entre tantas prosas,risadas,enigmas,uns chás,licores ... tudo aqui é diferente e singelo.
A noite,uma criança,que abriga adultos,que aqui vieram,em busca de entenderem a vida.
Pra entender,nada como saber e conceber qualquer morte.

        * Roberta Sanches.
( Uma Alma Feminina.)
Do Projeto,Uma Alma Feminina. / Por: Tata Junq
* Nome,fictício.)

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