Um sopro!
Nascemos.
Morremos.
Como o vento?
Creio que não.
No tempo de nascer,construído foi um ser ligado noutro.
( Filho & Mãe.)
No tempo do morrer,ambos são livres fisicamente.
E há ou houve, um crescer gradativo,emocional e físico.
Uma vida,construída ou a construir,numa grande missão,escolar.
Quem é o professor de quem?!
Vida,é espelho.
Vê-se quem quer.
Espelha-se,quem quer.
Imagem.
E há um dia,da imagem desaparecer.
E no aparece e esconde,todos,sem exceção,não refletirão mais,num tempo qualquer.
( Que nem se sabe,quem o quer.)
O que há por traz do espelho?
Tata Junq
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E,lembrei de Cecília Meireles e seu fantástico poema.
Minha poetisa preferida.
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Retrato
Eu não tinha este rosto de hoje,
assim calmo, assim triste, assim magro,
nem estes olhos tão vazios,
nem o lábio amargo.
Eu não tinha estas mãos sem força,
tão paradas e frias e mortas;
eu não tinha este coração
que nem se mostra.
Eu não dei por esta mudança,
tão simples, tão certa, tão fácil:
- Em que espelho ficou perdida
a minha face?
Eu não tinha este rosto de hoje,
assim calmo, assim triste, assim magro,
nem estes olhos tão vazios,
nem o lábio amargo.
Eu não tinha estas mãos sem força,
tão paradas e frias e mortas;
eu não tinha este coração
que nem se mostra.
Eu não dei por esta mudança,
tão simples, tão certa, tão fácil:
- Em que espelho ficou perdida
a minha face?
Cecília Meireles , Antologia Poética. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 2001.
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