Tardes de domingos,Sport Clube Corinthians.
Arquibancada ...
Um homem,uma eletrolinha.
E Johnny Mathis ...
Eu nadava ... Luiz ali ficava curtindo o som ...
Vezes eu subia,sentava-me ao seu lado e escutava também.
Na época não entendia aquele apelo sonoro.
Em casa,na escadaria ... Johnny Mathis!
Ele dizia me amar.
Eu não o amava.
Talvez por isso não entendia a importância do romantismo,que o envolvia.
Livrei-me da vitrolinha,do Mathis e do Luiz... com pesar e pena.
Não daria pra levar adiante um namoro,não achava nem justo,nem certo.
Jamais iria ludibriar alguém.
Vezes ficava imaginando todo seu percurso pra chegar em casa ... o quanto demorava e se sacrificava . Não havia essas modernidades todas.
Lembro-me de sua tristeza e insistência para que o namoro fosse adiante.
Acho,que um dia deve ter agradecido pelo dia fatídico.
E torci para que fosse feliz e que encontrasse alguém,merecidamente.
Nunca mais o vi.
Nem soube dele.
Depois de um tempo,descobri que as músicas do Johnny eram divinas.
Não eram mais enfadonhas.
Eram lindas,sensíveis e tocantes.
Escolhi uma delas,para perpetuar aqui.
Eu era uma "criança",ele um pouco mais velho,cabeça de adulto ... Eu? Uma adolescente,sonhadora.
Em minha velhice,ouso lembrar dele, de seus olhos castanhos escuros,que me fitavam com
doçura e paixão.
Coube hoje,um bom motivo de lembrança,sem pesos e chorumelas ...não foi um amor de minha vida e ponto.
E há um alívio n'alma ... como sempre, fui autenticamente atrevida,direta,honesta ... e soube dizer um não!
Boas recordações, no entanto.
Tata Junq
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