Momentos Reflexivos:palavreando, fotografando ...
Boca que não cala!Olhos
atentos!Coração na ponta da língua! Razão na ponta da língua!
Dual criativo,perceptivo ...
registrado.
No direito ou avesso,emotividade,
sensibilidade!
Crônicas ou poesias, transpareço!
Câmera na mão, transpareço!
PENSAMENTAR é: SER CRIADOR, que se faz SER,CRIATURA!
É ARTE DO PROSEAR, POETAR, POETAR-PROSEANDO,PROSEAR- FOTOGRAFANDO e,ou MUSICANDO.
Tata Junq
Domingo. Poderia ser qualquer dia da semana ... mas é domingo. Normalmente,tempo de aconchego familiar ... hábito nosso ... quiçá do Mundo. E presto muito atenção à letra ... um retorno. E penso nas idas e vindas. Vezes retornar é um ato corajoso,tanto quando do sair para abraçar outros horizontes. Saudade,necessidade,arrependimentos ... o retorno. Que haja portas abertas,corações generosos,permitindo as voltas. As voltas ... de volta. Aconchego,braços abertos,abrigo. Que linda canção popular,carregada da Cultura Regional,Nordestina,fazendo parte de um todo, Brasil. (Tocando corações,dando-nos motivos para os repensares das ações humanas.) Quisera eu,voltar no tempo e buscar minha casa,pequena e gigante-de-abrigo. A casa "das mulheres fortes e guerreiras",Andrade Junqueira. E vejo a importância da vida,da minha construção interna,moral,intelectual e psíquica. E me aconchego nos braços delas ...mãe,tia,avó,irmã ... "Parece que falta um pedaço de mim..."como diz a canção. ... E,choro de saudades. Tata Junq
Corpo colado,
sem cigarros apagados,
momento criado.
No olhar profundo,
novo mundo,
redoma elaborada.
Beijos trocados,
corpos suados.
Descoberta de nós dois.
Amar é uma estrada,com pedágios programados,e paga-se alto a cada posto. É um ir,ir,ir,indo. Hoje,ontem ...estou casmurrenta,incorrendo nos mesmos erros,usando as mesmas marchas.Não há como sair pra pista paralela,sem fazer retornos em pontes sombrias e correr sentido contrário. Tenho de ir,ir,ir ...ou sigo sem destino,ou viro à direita,buscando um novo caminho,nova estrada. Nem acostamento,abriga-me... há abismos e não quero ribanceiras,abaixo. Se vai ser via-crucis,carregarei o peso e a medida. Tata Junq
Um grande contador, um prodigioso armário, Cheiinho, a abarrotar, de cartas memoriais, Bilhetinhos de amor, recibos, madrigais, Mais segredos não tem do que eu na mente abrigo. Meu cer'bro faz lembrar descomunal jazigo; Nem a vala comum encerra tanto morto!
— Eu sou um cemitério estranho, sem conforto, Onde vermes aos mil — remorsos doloridos, Atacam de pref'rência os meus mortos queridos. Eu sou um toucador, com rosas desbotadas, Onde jazem no chão as modas despresadas, E onde, sós, tristemente, os quadros de Boucher Fuem o doce olor d'um frasco de Gellé.
Nada pode igualar os dias tormentosos Em que, sob a pressão de invernos rigorosos, O Tédio, fruto inf'liz da incuriosidade, Alcança as proporções da Imortalidade.
— Desde hoje, não és mais, ó matéria vivente, Do que granito envolto em terror inconsciente. A emergir d'um Saarah movediço, brumoso! Velha esfinge que dorme um sono misterioso, Esquecida, ignorada, e cuja face fria Só brilha quando o Sol dá a boa-noite ao dia!
Charles Baudelaire, in "As Flores do Mal" Tradução de Delfim Guimarães Obtido em Wikisource
( Pesquisa por imagem. / Google.) Prosopoetando : NO TREM QUE JÁ VEM! A janela, o limite, clausura. Hermeticamente fechada, transluz seu olhar. Do lado de fora, a muralha, dura, rapidamente ficando pra t-r-á-ssssssss... Sequer pichou nela uma F L O R ... Não ousou. Não deixou seus pensamentos-tintas-em-cor e s c a p a r e m m m m mmmmmmm... Eu desci na Estação (da Vida,) Acenei, sorri e soprei com força, o LUV, desejado. De tão absorto, sequer me viu ao seu lado. ( O TEMPO É TREM,QUE SEMPRE VEM!) E, mora nos pensamentos. Tata Junq
( Imagem por pesquisa / Google / Jornal Já.) ************xxxxxxxxx*********************** Alma Brasileira Assim ... Quão difícil é aos "de fora",entender-nos ... Somos abusivos na fé,nos gostos culturais,amantes das festas,das danças,dos afagos,dos "mi-mi-mis" ....das torcidas nos esportes ... Amigos brasileiros,são bem assim ...de perturbar,mandar mensagens,receber,reenviar ... mas nos "abusos",retornos,somos verdades. Longe ou perto,perfila esta intimidade. Sufocar,é não deixar alguém viver em liberdade. Mas na nossa lealdade,somos sempre presentes ... Somos aqueles,doidos por um abraço,por uma palavrinha,por afetos ...até de um simples oi.( De Norte a Sul,de Leste ao Oeste,Do Oiapoque ao Chuí...) Brasileiro nasce poeta. Brasileiro é cheio dos jingos,nadando nas sensibilidades. É hospitaleiro,mas também é bom brigador. Brigador pelos amigos,por suas causas,pelas verdades. E quando alguém lhe dá limites por seu jeito de ser ...num tá preparado pra ser seu amigo,entender sua alma e seus defeitos ou encantos. Brasileiro tem alma larga e relacionamentos estreitos. E,ingenuamente ufânico em afetos. É nossa NATUREZA! E, levando em conta esses aspectos,orgulho-me de aqui ter nascido e ter essa alma-poeta. Tata Junq
Ouça esta canção... Ouça esta canção ... Ouça esta canção ... Na eletrola antiga... No arranhar do disco, o tempo. E sem jeito, suspiro, buscando estranhezas do coração. Ficou gravado e qual disco arranhado, gritante, seu olhar,brilhante, falante, de coisas de amor. Ouça esta canção e diga, seja onde for, que sempre me amou. Eternizei aquele momento, que hoje arranha, suavemente o ouvido, fazendo todo o sentido. Eu,você,no tempo marcado. Onde você,que não a meu lado? Onde você? Neste amor acordado,na madrugada. Na canção,no coração desajeitado. Tata Junq
( Imagem por pesquisa. / Google.) Não me mates,nem hoje,nem amanhã,nem depois do depois. Deixe-me amargar minhas penas,minhas penumbras e penúrias. Holocausto do medo,gerado em mim. Que eu possa ser degredo. Que eu possa punir-me e expurgar meu ódio,minha Ode. Que eu possa versejar o feio. O inevitável,a minha culpa. Amar-te mesmo,não querendo. Matando-te em fúria, e matando-me, em segredo, sem forças, quando já deveria ter morrido. (Uma alma feminina / Ana.) Por Tata Junq
( Imagem por pesquisa. / Google.) Pra se manter,sopro. ( Substantivo, o sopro.) Para manter sem cair,soprar. ( Verbo,ação.) VIDA! Como a MARGARIDA, que soprada, sendo sopro, flutua, magicamente. Tata Junq
( Imagem por pesquisa / Google.) Dizem :"Quem tem pressa come cru!" Literalmente,o animal vai à caça,e comerá cru. Se cruel pode parecer,é a lei da sobrevivência. ( Cadeia alimentar.). Metaforicamente,um alerta. Abraça qual causa? Vai devagar ou abocanha e engole? ?????? Escolhas,não é mesmo? Bom dia! Último dia do mês de março. Mais um dia podemos? Grande abraço! Tata Junq
( Imagem por pesquisa. / Assinatura,parte inferior,lado direito.) Migalhas ... Servir. Fragmentos de doação. A menina e os pombos ... Alimentação ... Parece ter hora marcada pra estar na praça e cumprir seu objetivo,planejado. (Vide cestinho.) Comparando. (Homens,mulheres,crianças.) Há quem receba migalhas ou quem doe migalhas. Migalhas de amor,de atenção,de compreensão ... não falo da alimentar,física. (E não são o bastante.) Ninguém em sã consciência quer viver de migalhas,principalmente das obrigativas. E em oferecendo-as,há um responsabilizar-se. Cativar por tão pouco é atroz,muito manipulador,cômodo e cruel. Que não se "sove" terrenos,pro(a) outro(a),nem que se semeie tão pouco. Creio que seja infeliz ,aquele(a) que vive de migalhas alheias. (Intrinsecamente,inconscientes ou não,erram.) Sabe-se lá como os seres acordam para suas realidades e se são capazes de reverter aquilo que não lhes acrescenta,ou que tão pouco lhes acrescenta. Penalizo-me de quem vitimizado está. Pena ,não é um sentimento bonito,no entanto. Atrevo-me a dizer,que não vivo de migalhas alheias e que aprendo a cada dia,saciar-me, de meus plantios,cuidadosos,ricos,nutrição necessária,equilibrada. Creio, que sejamos merecedores, de almas muito bem alimentadas. Tata Junq
O curso. Vai...vai... vai... Não retorna. Contorna a serra. Vira rio. Vai e desemboca no mar. Somos assim ... saímos da fonte,nascentes. E caudalosos nos tornamos, rastros de limbo,deixamos. Movemos pedras ou as deixamos para trás. Jamais seremos águas límpidas porque nos poluímos no percurso. A cada afluente,deixamos um pouco de nós,porque invadiram-nos. Rastros,deixamos. E vamos a um encontro maior e em Pororoca,misturados, viramos espumas,doces e salgadas. Quem se dá conta disto? Eu escolhi ser rio. Você resolveu ser mar? Quando no nosso encontro,sem estrondo da Pororoca,sim? Quero chegar em calmarias,e unirmo-nos qual abraço generoso. Somos águas,deslizantes ... Tata Junq
Quem tem consciência tranquila,amanhece na paz. A busca da paz,é de ordem particular,irrestrita. Cada um acha o caminho para. Creio que a necessidade,torna-se chave para esta porta. Eu fico,neste dia,com as palavras de Dalai Lama. E,SERENIDADE,CONQUISTA-SE. ( Minha verdade,que pode não ser a sua.) Tata Junq ( Imagem por pesquisa. / Google.)
Engolir? Regurgitar? Vomitar? Palavrinhas que enojam? Perfeitas. Engolimos sapos,enganos,promessas,malcriações,más educações,posturas arrogantes,desiquilíbrios,de outrem. Engolimos realmente? Ou regurgitamos e engolimos e regurgitamos,qual camelos ruminantes? (Enquanto estômago dói de fome.) Vezes vomitamos insatisfações ... e,continuamos a engolir situações,indesejadas. Num até quando? Conhecem o ditado,"Malhar em ferro frio"? Vezes é isso que fazemos. Porque somos compadecidos de outros,auto compadecidos,negligentes, masoquistas? Damos "corda" ... pra enrolar e matar ou para mantermos pessoas ao nosso lado? Medo de cortes radicais? Creio, que devemos conceber e "diagnosticar nossos enjoos"! Tata Junq
O que dizem os evangelhos perdidos sobre Jesus Cristo?
Em 1945, um grupo que escavava o deserto egípcio em busca de fertilizante fez uma descoberta que mudou completamente nosso entendimento sobre o início do Cristianismo.
Tratavam-se de vários textos primitivos cristãos, incluindo os evangelhos de Tomé, Filipe e Marcião, alguns dos muitos livros alternativos sobre Jesus que não foram incluídos na Bíblia Cristã.
Por retratarem um Jesus Cristo radicalmente diferente daquele presente nos evangelhos do Novo Testamento - Mateus, Marcos, Lucas e João, estes relatos acabaram sendo excluídos pela Igreja de seu texto sagrado quando se chegou a uma versão oficial do cristianismo.
Saiba mais sobre o que dizem estes textos.
Maria Madalena
Escrito provavelmente no século 3, o evangelho de Filipe mostra, por exemplo, um estreito vínculo entre Jesus e Maria Madalena.
"O Salvador a queria mais que todos os discípulos. A beijou em sua...", diz um trecho deste texto. O restante da frase está ausente, mas especula-se que dizia "boca", sugerindo uma relação mais íntima.
Este evangelho ainda retrata Maria como a fonte do conhecimento secreto sobre Jesus que diziam ter aqueles que o escreveram.
O evangelho de Tomé é uma coleção de ensinamentos de Jesus escrita no início do século 2. Jesus é descrito como um ser místico que revela verdades escondidas em vez de um sábio que morreu em nome dos pecados do povo.
O nome em aramaico de Tomé significa "gêmeo", e é possível interpretar que o texto o apresenta como um gêmeo espiritual de Jesus, o discípulo ideal que melhor o compreendeu "as palavras secretas do Jesus vivo".
Os seguidores do evangelho de Tomé acreditavam que só alguns poucos eleitos poderiam entender os ensinamentos de Jesus e dessa forma reconhecer sua divindade e imortalidade inatas.
Nascido da virgem?
Marcião era um importante teólogo cristão do século 2, mas seus escritos se perderam ao longo do tempo.
Os relatos que criticam seu trabalho dizem que ele acreditava que Jesus era um ser divino enviado do céu que assumiu uma forma terrena, e não um filho humano de Maria.
Marcião foi o primeiro que tentou formar um cânone sobre as escrituras cristãs aceitas, que chamou de Novo Testamento. Seu cânone consistiu de um evangelho único e dez epístolas do apóstolo Paulo.
No ano 144, ele foi expulso da Igreja de Roma por sua teologia.
O evangelho de Pedro foi descoberto em 1887, antes que os outros. É possível que os autores do livro tenham pensado que Jesus tinha um poder divino que transcendia seu corpo humano.
Neste texto, quando Jesus estava na cruz, ele teria dito: "Meu poder me abandonou". Isso poderia ser interpretado como se o espírito divino de Jesus estivesse sendo levado ao céu enquanto seu corpo ficava na cruz.
No entanto, mais adiante no texto, há um relato vívido de sua ressurreição, que descreve como Jesus deixa seu túmulo acompanhado de sua cruz, que tem o poder de falar.
Por que estes evangelhos foram excluídos?
Nos séculos 2 e 3, houve tentativas de elucidar quais evangelhos deveriam ser lidos como escrituras. Os quatro do Novo Testamento já eram usados assim em serviços eclesiásticos em Roma e, possivelmente, em outros lugares.
Estes evangelhos foram escritos provavelmente do meio para o fim do século 1 e aceitos por discípulos apostólicos e seus seguidores como escritos sagrados.
Alguns dos evangelhos perdidos foram escritos bem depois, nos séculos 2 e 3, e isso pode ter sido inconveniente para eles.
Em comparação com o que se converteu no Cristianismo estabelecido, aberto a todos os crentes, estes evangelhos eram elitistas às vezes. Falavam de uma forma misteriosa de encontrar a iluminação, por meio do entendimento dos significados ocultos das palavras de Jesus.
Uma possível razão para não terem sido incluídos no Novo Testamento é que o objetivo não era que fizessem parte de um cânone mais amplo ou que fossem lidos como escrituras da Igreja, mas lidos só por alguns poucos eleitos.
Quando o imperador romano Constantino se converteu ao Cristianismo no ano 312, ele quis usar este ato como uma forma de unificar seus fragmentados domínios territoriais.
Por isso, buscou-se padronizar as doutrinas cristãs e criar um cânone a partir das escrituras do Novo Testamento. Assim, as escrituras apócrifas foram separadas e até mesmo suprimidas. A grande maioria simplesmente deixou de ser reproduzida.
Ao fim do século 4, os evangelhos de Mateus, Marcos, Lucas e João foram aceitos amplamente como parte integral dos 27 textos que constituem o Novo Testamento, que, junto com o Velho Testamento, formam o cânone das escrituras cristãs sagradas.
O evangelho de Mateus enfatiza a descendência nobre de Jesus e a remonta até Abraão. Acredita-se que o primeiro evangelho tenha sido o de Marcos, escrito entre os anos 65 e 75 D.C..
Os evangelhos de Lucas e Mateus se basearam neste texto. O evangelho de Lucas foi escrito para convertidos não judeus e rastreia a genealogia de Jesus até Adão, fazendo dele uma figura universal.
Image copyrightImage captionAo lado do Natal, a Páscoa é considerada o evento cristão socialmente mais importante
A Páscoa chegou mais cedo em 2016 para os fiéis das igrejas cristãs ocidentais, no dia 27 de março, e mais tarde para as igrejas orientais, no dia 1º de maio. Mas por que não há uma data fixa para a Páscoa?
Segundo afirmava Venerable Bede, religioso inglês que viveu no século 7, a Páscoa se dá no primeiro domingo depois da primeira lua cheia após o equinócio da primavera no hemisfério norte (20 de março, em 2016).
"A astronomia está no coração do estabelecimento da data para a Páscoa. (A data) depende de dois fatos astronômicos - o equinócio da primavera e a lua cheia", disse Marek Kukula, astronômo no Observatório Real de Greenwich, em Londres.
A Páscoa é um "feriado móvel" e o de 2016 é o que ocorre mais cedo em quase uma década.
E isso se dá graças ao sistema complexo que foi desenvolvido para tentar calcular a Páscoa (e a Páscoa Judaica) a partir do céu, acomodando calendários diferentes.
A data mais frequente para a Páscoa nas igrejas ocidentais tem sido 19 de abril, mas o evento já chegou a cair até em 25 de abril.
Image captionSistema complexo foi desenvolvido para tentar calcular a Páscoa (e a Páscoa Judaica) a partir do céu
O nosso calendário não combina exatamente com os ciclos astronômicos.
"Durante milhares de anos vêm sendo feitos cálculos e ajustes na tentativa de coincidir os calendários artificiais com a astronomia. Mas, exatamente pela falta de uma combinação precisa entre eles, são necessários cálculos complexos para se determinar o dia exato do equinócio e da lua cheia", acrescentou Kukula.
Apesar da famosa briga da Igreja Católica com Galileu, em 1633, por divergências em relação aos estudos de astronomia do físico, os religiosos sempre souberam que era preciso calcular as datas para a Páscoa e os dias santos - e que para isso era necessário recorrer ao estudo dos astros.
Image captionO observatório do Vaticano em Castel Gandolfo, nos arredores de Roma
Com ese objetivo, a Igreja Católica construiu seu primeiro observatório em 1774.
Mistura
O complicado sistema de determinação da data da Páscoa é resultado da combinação de calendários, práticas culturais e tradições hebraicas, romanas e egípcias.
O calendário egípcio era baseado no Sol, prática adotada primeiramente pelos romanos e posteriormente incorporada pela cultura cristã. O judaísmo baseia o calendário hebraico parcialmente na Lua, e o islamismo também utiliza fases da Lua.
A data da Páscoa varia não somente pela tentativa de harmonizar os calendários lunares e solares, mas também há outras complicações que acabam interferindo, como o fato de diferentes vertentes do cristianismo usarem fórmulas distintas em seus cálculos.
Em 1582, foi criado o Calendário Gregoriano, adotado e promovido pelo papa Gregório para fazer com que a Páscoa caísse mais cedo e fosse mais fácil de ser calculada. Esse é o calendário que usamos até hoje.
Image captionO papa Gregório 13 introduziu o calendário gregoriano, ainda usado no mundo ocidental
Segundo a Bíblia, a morte e ressurreição de Jesus, os eventos celebrados pela Páscoa, ocorreram na época da Páscoa Judaica.
A Páscoa Judaica era celebrada na primeira lua cheia depois do equinócio da primavera no hemisfério norte.
Mas isso levou os cristãos a celebrar a Páscoa em diferentes datas. No fim do século 2, algumas igrejas celebravam a Páscoa junto com a Páscoa Judaica, enquanto outras marcavam a data no domingo seguinte.
No ano 325 a data da Páscoa foi unificada graças ao Concílio de Nicéia.
Image captionO Concílio de Nicéia acertou muitas disputas centro da igreja, incluindo a data da Páscoa
A Páscoa passaria a ser no primeiro domingo depois da primeira lua cheia que ocorresse após o equinócio da primavera (ou na mesma data, caso a lua cheia e o equinócio ocorressem no mesmo dia).
Domingos diferentes
Mesmo assim, tradições e culturas diferentes continuaram fazendo cálculos distintos para a data.
Um exemplo se deu na Inglaterra, no ano de 664. No reino de Northumbria, o rei Oswiu e sua esposa celebravam a Páscoa em domingos diferentes. O rei observava a tradição irlandesa e a rainha, a romana. Ela era originária de uma parte do reino que tinha sido evangelizada segundo as tradições romanas, enquanto a cidade natal do rei Oswiu seguia a tradição irlandesa.
Em consequência, um certo ano o rei celebrou a Páscoa em um domingo, mas a rainha ainda estava no período da quaresma.
Para acertar a data, o rei convocou um sínodo (assembleia de religiosos) na cidade de Whitby.
Image captionA abadia de Whitby em Yorkshire, onde a igreja da Inglaterra decidiu seguir a tradição romana na celebração da Páscoa
Na defesa da tradição irlandesa estava o bispo Colman de Lindisfarne. São Wilfrid, um nativo de Northumbria treinado em Roma, defendeu a tradição romana.
"Em um ponto crucial do debate ele mencionou São Pedro, o guardião das chaves do paraíso, que as recebeu do próprio Cristo. E o rei Oswiu, que presidia o sínodo, ficou muito impressionado", disse Michael Carter, membro do Patrimônio Histórico Inglês.
Com isso a decisão foi tomada a favor da tradição romana.
"O Sínodo de Whitby garantiu que a Igreja na Inglaterra passasse a adotar a prática ocidental padrão. Isso significou a unificação da celebração do mais importante evento do calendário cristão pela igreja inglesa, o dia da ressurreição de Cristo. Isso persistiu no país (...) até a Reforma Anglicana, quando a Inglaterra rompeu com o padrão religioso e cultural da Europa", acrescentou Carter.
Ortodoxos
As tradições ortodoxas dentro do cristianismo continuaram usando o Calendário Juliano em vez de aceitar a reforma do calendário imposta pelo papa Gregório.
Image captionO papa Tawadros 2º, líder da Igreja Ortodoxa Copta
As igrejas ortodoxas, portanto, continuaram a celebrar a Páscoa e o Natal em datas diferentes das tradições ocidentais ou romanas.
Mas isso pode mudar? O papa Tawadros 2º de Alexandria, líder da Igreja Ortodoxa Copta, espera que as diferentes vertentes do cristianismo consigam chegar a um acordo sobre essa importante questão.
Pouco depois de reunir-se com ele, Justin Welby, arcebispo da Cantuária (o equivalente ao papa para a Igreja Anglicana), divulgou uma notícia surpreendente em janeiro deste ano: depois de muitos séculos de desacordo, surgiram novas esperanças de que a data da Páscoa possa ser uma data que todos os cristãos celebrem juntos.
"Durante nossa visita ao Vaticano, em 2013, o papa Tawadros falou novamente sobre o tema com o papa Francisco em Roma", disse o bispo Angaelos, bispo geral da Igreja Ortodoxa Copta na Grã-Bretanha.
"Parece haver uma disposição entre parte das lideranças da Igreja Cristã para pelo menos avaliar esta possiblidade."
No entanto, ele admite que o caminho parece ser longo.
"A dificuldade é que todos precisam sacrificar algo, pois cada um de nós tem o seu próprio jeito de calcular a Páscoa e calculamos assim por séculos", disse.
Image captionJustin Welby, arcebispo da Cantuária, durante a missa de Páscoa em 5 de abril de 2015
Ainda não há um cronograma e o bispo Angaelos afirma que a "tarefa é monumental".
"Estamos falando a respeito com muita gente, muitas culturas diferentes, igrejas diferentes e líderes religiosos diferentes. Será uma tarefa monumental. Mas a ideia está lá."
E o que os astrônomos acham de uma Páscoa unificada?
"De certo modo, a astronomia ficaria fora da equação", disse Marek Kukula.
"Ainda seria necessário regular o calendário – você ainda precisaria ter anos bissextos e ajustar segundos – mas a Páscoa deixaria de ser um feriado móvel e isto tornaria bem mais simples coisas como o planejamento de feriados escolares. Entretanto, se as pessoas vão querer fazer isso ou não passa por uma questão religiosa."
E, levando em conta toda a história por trás da data, o debate sobre a questão ainda poderá se estender por muito tempo.
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