A FLOR
Menina chorosa,tem fome.
Não almeja uma bonequinha doada.
Quer pão,sonha com macarrão ... contenta-se com tão pouco.
Mora na rua com seus pais,cujas casas foram "lacradas".
Cidade!
Tão próspera ... dá uma olhada na Paulista!!!
(Abrigo dos negócios.)
Mas olha o Centro,também ... e, periferias.
Flor tem fome.
Chora.
E almas piedosas,não passam por ali.
Medo!
E o cenário precário,dolorido,é palco dos necessitados.
Ela,não é de vaso,adorno.
Flor,é "Tulipa-negra",ou "Malva-negra"marcada,no entanto.
Irmã do garotinho,que vende balas com a mãe.
Filha do pai,sem emprego,agora catador.
Enquanto há redomas pra tantos outros ... estão no relento,no frio,no calor,nos ventos,chuvas ...
em baixo dos plásticos-barracas.
Flor não foi ajudar o pai.
Está febril,com tosse intensa,desnutrida.
E tem fomeeee!!!!
E no registro-hipotético-criativo,pontuo as impotências,descasos,
desigualdades,que ficam no desprezo,
ou no cotidiano,existindo,como fossem normalidades.
Dói pensar em Flor,em Flores,buquês-de-dores!!!!!
Nossa cidade,Sampa,também tem de mudar!!!!
Flor deveria estar na escola,ter merendas,moradia e não ser coadjuvante,de dignidades!!!!
Tata Junq
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