Do riso ao pranto.
Quem roubou o encanto?
Tão pequena ...
Sentou-se no degrau da escada,olhando pra sala vazia.
E,tinha a certeza,que desta vez,seu pai não voltaria.
Escutava a voz nervosa,de sua mãe ao telefone,em choro desenfreado ...
Ela falava com sua vozinha ... e, pedia que o irmão viesse,pra encaminhar documentos ...
Documentos ...
Que seria?
De comer,não era.
E mamãe não choraria por comidinha,não era ela,quando queria sua chupeta ou papá gostoso ...
Mas doía,tão dentro,como fome na barriguinha.
Ela tinha razão.
A morte dói,mesmo sem se ter noção.
Germana cresceu.
E bem hoje,abrindo um livro,leu sobre a página em branco.
Associou.
Bem ... na busca da infância,procurava lembrar-se de tantas coisas,apagadas.
Aquele dia fatídico,ficou em branco.
A memória,parece ter apagado.
Mas a alma,tinha um quê de fome,de presença.
Pegou o porta retrato,que ficava na pequena estante do seu quarto.
Havia um sorriso largo no rosto do pai,erguendo-a no ar.
Imaginou-se mais uma vez nos braços dele,confiante e feliz.
E sentiu falta do que não teve.
Sua presença.
Não chorou.
E sentiu uma vontade enorme de ganhar a rua,espairecer um pouco.
E parou no portão.
Escutou nitidamente,sua mãe dizendo : - Papai chegou!
E um arrepio tomou conta de seu corpo.
Na certeza,ele não rodopiaria com ela ... mas uma onda de calor a circundou.
E o amor,chegou de forma tocante,lúcida.
Seus cabelos voaram ao vento ... e ela sussurrou:-Te amo,também,pai!
E pode ver,seus amigos reunidos na pracinha,que acenavam pra ela.
Foi ter com eles,feliz,leve.
Acredita?
Tata Junq
* Quando Criar Faz Parte.
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