quarta-feira, 17 de junho de 2020

Lembrança doce.




          Seu olhar é um poema difuso,espelha o tamanho de sua grandeza,alma bela!

No sereno dele,refresco-me e me perco,em cismas infantis.
Resgate.

E nos pés frutíferos,do teu quintal,deposito caroços ...
Quem sabe,germinem mais.
Na amabilidade do seu sorriso,sustento meus -ais.
Ahhhh ...minha avó!
Sua casa nem deve existir mais.
Lembrei-me do poema ...
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Meus oito anos (Casimiro de Abreu)
Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!
Como são belos os dias
Do despontar da existência!
— Respira a alma inocência
Como perfumes a flor;
O mar é — lago sereno,
O céu — um manto azulado,
O mundo — um sonho dourado,
A vida — um hino d’amor!
Que aurora, que sol, que vida,
Que noites de melodia
Naquela doce alegria,
Naquele ingênuo folgar!
O céu bordado d’estrelas,
A terra de aromas cheia
As ondas beijando a areia
E a lua beijando o mar!
Oh! dias da minha infância!
Oh! meu céu de primavera!
Que doce a vida não era
Nessa risonha manhã!
Em vez das mágoas de agora,
Eu tinha nessas delícias
De minha mãe as carícias
E beijos de minha irmã!
Livre filho das montanhas,
Eu ia bem satisfeito,
Da camisa aberta o peito,
— Pés descalços, braços nus —
Correndo pelas campinas
A roda das cachoeiras,
Atrás das asas ligeiras
Das borboletas azuis!
Naqueles tempos ditosos
Ia colher as pitangas,
Trepava a tirar as mangas,
Brincava à beira do mar;
Rezava às Ave-Marias,
Achava o céu sempre lindo.
Adormecia sorrindo
E despertava a cantar!
...
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Não havia laranjais,mas jaboticabeira,pé de fruta do Conde. 
Não havia mar ... Só ela,Helena e vô Antônio ...
(Em minha última visita.)
Mas havia um MAR-DE-AMOR!!!!
Ahhh ... aquele olhar ...
Tata Junq

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