Calada,quase sem respirar.
Pra onde ia?
Desta feita,descobriria.
Transparência?
Nenhuma,de ambas as partes.
Eu,ridiculamente,camuflada,com uma peruca horrorosa,óculos escuros,na noite.
Mas descobriram-me,incapaz,sozinha,mulher,indefesa.
Tomaram-me o celular,arrancaram minha bolsa de perua.
Fui ao chão,de supetão!
Nesse cai-cai e toma lá -dá -cá,perdi ele.
Maldita hora!
Voltei pra casa,arranhada.
( Joelhos e alma.)
Demorei,sem um puto de um Real!
( R$)
Pedi dinheiro,como uma mendiga,pra pegar um busão.
Ao chegar ainda escuto:
- E aí mulher,onde se meteu!
- Puta do caralho!
Só deu tempo,de esquivar-me de uns sopapos,costumeiros.
Corri pra rua outra vez.
Mendiga,na praça!
Criei coragem,parei a viatura da polícia.
Foi aí,o primeiro passo,pra obter minha dignidade.
Ainda vivo,com medos,por conta de ameaças.
Quantas mulheres acabaram mal ...
Penso em mudar desta cidade ...
( Lágrimas ... e soluços,quase sussurros ...)
Verônica Lima
Do Projeto,Uma Alma Feminina.
Depoimento em Grupo de Ajuda.
Quando Criar Faz Parte / E pode coincidir com a realidade.
Nome fictício: Verônica Lima
Por:Tata Junq
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