quarta-feira, 20 de novembro de 2019

Pensamentando ... E o romantismo?


A Lua dorme,encoberta.
Noite chatinha ... parece o tempo não passar ...
Passa,não passa?
Passa.
Assim como cada dia.
Só não passa o marasmo de agora.
Algumas letras,sem romantismos.
Perdi o tesão pelas poesias?
Com rimas ou sem,perfilo no céu,quase Lua.
Pouco do Sol, nem tanto do sal.
Muito da água,sem nadar.
Pouco do açúcar ... e sem o amargor do amar.
Na saliva,agora,sabor de hortelã.
Dou-me o luxo de uma bala.
E tenho cuidados,com a placa de alívio,inferior.
Mandíbula trancafiada,tensionada.
Os porquês,sei-os todos.
( Penso,que sei.)
Ainda aprendo a lidar,com detalhes,que não posso mudar.
Romantismo,lembra sonhos,inacabados, e muitos partilhados,ou a partilhar.
Desejos & redenções.
A velhice,trouxe-me a clarividência,dos depósitos,que colocamos nos ombros dos outros.
Como nos projetamos,através de idealizações dos outros,com outros,por outros.
E há uma calmaria.
Há o entendimento do estar só,conosco mesmo.
Sem pesos,pesares.
Na velhice,os pés tocam o chão.
Deixamos de ter asas,rumo ao improvável,sem medos.
Só há vulnerabilidades quanto à nossa saúde e seus declínios.
Não se projetam sonhos.
Vive-se cada dia.
Não há projetos a construir,ou repaginar.
Vive-se do que já foi construído.
E não é ruim.
E saber estar só,respeitando nossas limitações,creio ser sabedoria.
( Na verdade,passamos toda uma vida,em parcerias.)
Romantismo.
Posso fingir poesia.
Não sendo poesia.
E,posso ser poema,poesia.
(Seja lá como desejamos conceituar.)
Viver é poético.
Posso ser poesia,na sombra da Lua.
( De agora.)
Posso ser poesia,num cais.
Posso ser poesia,no encanto da flor.
Posso ser poesia,numa rede a balançar.
Posso ser poesia,no sorriso de uma criança.
No afago de um animal ...
Posso ser poesia,nas roupas do varal ao vento.
Ou,numa lágrima a rolar.
Na saudade de um lugar?
Posso ser poesia ...
Na garra de qualquer momento,num tempo,sem sonhar.
Sem amarguras,aceitando,um novo coração-pulsante, num corpo envelhecido.
E é assim,que agora sei amar.
Sou poeta, a cada despertar.

Tata Junq

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