Janeiro quente.
Sofia sorria,cabelos ao vento,sapateando as ondas daquele mar,azul.
Ares de liberdade,mesmo que tardia.
Um ganho do tamanho do Mundo ou além dele.
Mas de repente,parou e curvou-se,como se a agradecer aos deuses marítimos.
Segurou o peito,comprimindo-o,como se cuidasse pro não escape do coração.
As águas batiam de leve naquele corpo,quase nu,como se não devessem castigá-la.
E ... ela tombou.
De vez.
Na sua vez.
Se a vida a castigara,tinha nome e endereço: José Carlos.
Uma vida de idas e vindas,agressões morais e físicas.
Soube,que no mês passado,ele tinha sido vitimado,num acidente de trânsito.
Ela sofreu muito.
Acostumara-se às torturas ou tinha medo delas,não sei bem.
Amava-o,mesmo assim.
Hoje,tinha ares de alegria,como se pudesse voar.
E voou pro céu!
Mas seu corpo ali ficou,salgado,tombado.
E nosso feriado prolongado,foi pro saco!
Aguardamos a liberação do corpo e devido atestado de óbito.
Não foi um feminicídio.
Não deu tempo pra ser.O algoz,morreu antes.
E não tínhamos noção das sequelas,que esse relacionamento havia deixado,até seu coração parar.
Ou, se também já havia comprometimento ...
Fato é que infartou,tombou,morreu.
Sofia,escafedeu!
E como diz o ditado, "antes ela,do que eu"!
( Do Projeto,Criar Faz Parte.
VEROSSIMILHANÇA.)
Tata Junq
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