sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

Do Projeto,Uma Alma Feminina. Eu vi,"com os olhos,que a terra,há de comer um dia."

Resultado de imagem para lápide
(Pesquisa por imagem,via Google.)

A dor foi depositada nos pés da cruz,marmorizada.
Eu a vi,arqueada,ajeitando as flores.
Espalmou as mãos,na lápide,chorou,chorou e chorou ... com começo e fim.
Levantou-se lentamente,tocou na fotografia e na data,salientes.É como se,desse conta
deste tempo e sua realidade.
Seguiu pela alameda,ladeada de túmulos.
Entrou no seu carro,com ar de cansaço extremo ...
Todos os meses,aqui venho.
(Este lugar me dá paz,conforto.)
Curiosa,aproximei-me da lápide.
Que sorriso lindo,o da foto.
Uma menina.
Pela data,partiu com seus 10 anos de idade.
Num processo típico,pais,avós,deixam-nos primeiro...
( Mais ou menos,isso.Nem sempre isso,no entanto.)
Exemplo vivo,o de hoje,da morte.
Coloco uma rosa,faço uma prece.
Costumo visitar os mortos.
Mórbido isso?
Pode até ser,dependendo de sua visão.
Falo com eles.
Sorrio pra eles.
Hoje,pude sorrir diante de um sorriso lindo,como retribuição do encanto da vida.
A mulher,depositou dor e saudade.
Quem sou eu para recriminá-la?
Na dor,só há dor,é intransferível,pessoal. A dor da perda,é luto d'alma,não se mesura.
Caminho lentamente em direção ao meu carro.
Agora vou trabalhar.
Um dia,meu corpo repousará também.
Há um solzinho discreto,por ser verão ... céu limpo.
Sorrio mais uma vez.

Uma Alma Feminina.
Julia  Correa Dantas
( Nome fictício.)

Do Projeto,Um Alma Feminina / Por Tata Junq



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