( Minha mão.)
(Projeto,Um Olhar Tão Meu // Tata Junq.)
Um dia frio.
Natureza morta.
Mortos os sonhos.
Frios cadáveres.
E o mar cinzento,dava o tom da melancolia.
Olhei para a palma da mão,havia um tal desenho de borboleta inventada.
E estrela caída.
Do céu? Do mar,em devolução?
Os grãos de areia,sujaram a mão e não esvaíram entre os dedos.
Mas os sonhos,sim.
Meu olhar alcançou o horizonte sombrio.
E pela primeira vez,não vi encantos no mar.
Nunca ninguém teve a dimensão deste instante.
Mas estive lá.
E o chão frio foi desenhado em sinal de afeto.
E o olhar sincero,puro daquele menino,foi muleta.
Andei por um tempo com mão insistente,usurpadora dos pertences do mar.
Num instante qualquer,lembro-me de parar e tudo devolver,consciente que nesta vida,nem tudo está em nossas mãos.
Vezes,sonhos são borboletas desenhadas.
E naquele instante,eles voaram.
Desistidos por mim,com destino além horizonte,sem retorno.
Aquela dor,ficou na areia,misturada às águas,em lágrimas,igualmente salgadas.
Hoje,bem sei ... o mar levou.
E a vida ... ahhh... a vida!
Uns,dizem Mares.
Outros,Oceanos!
Outros,Rios.
Outros,Cachoeiras.
Outros,Oasis.
Eu decido.
"Nem tanto mar,nem tanto terra" ...
VIDA é sede da sede.
Um açude,para recorrermos.
Nos desvios d'água ... há motivos.
Abastece.
FONTE.
E canto com Nana Caymmi ...
" ... que amores terminam no escuro sozinhos ..."
"... o tempo se rói...com inveja de mim ..."
Tata Junq
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