( Do Projeto,Um Olhar Tão Meu./ Tata Junq.)
Havia água no canto dos olhos agudos.
E havia pranto e melancolia.
Havia dor sem controle,que escorria feito cachoeira,pelos vãos dos dedos.
Sangrava,sem sangue aparente.
Mas seus olhos ... ahhhh ... seus olhos ... eram vertentes da agonia.
Assim,pincelei seu retrato.
Eu a via todos os dias ... era conduzida até certo ponto do jardim ... suas pernas cuidadosamente,cobertas.
Um ritual.
E me perguntava,que mistérios havia naquela alma?
Hoje há um vazio.
As flores estão harmoniosamente em valsa ao vento.
Não sei dela.
Não sei de seu destino.
A casa está vazia.
Penso ... não era velha,nem moça.
E sequer imagino,a peça que o destino lhe pregou ...
Destino?
Escolhas?
Pintei seu retrato.
Sem alguma permissão.
Então,dou-me conta de minha ousadia.
E antes que as tintas sequem de vez,enxugo aquelas lágrimas,em pinceladas redundantes e não deixo nenhum vestígio.
Lanço ao vento todos os detalhes das flores ...
Na tentativa que lhe caibam contentamentos.
Aquele olhar tristonho nunca encontrou o meu,risonho.
Amélia
( Uma Alma Feminina.)
Por Tata Junq
( Do Projeto,Uma Alma Feminina.)
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