domingo, 7 de janeiro de 2018

Pensamentando ... Quisera ser um sabiá!









Quisera ser sábia.
Ou sabiá?
Longe de ser sábia.

Queria ser um sabiá,leve e solto
a cantar.
Com chuvas ou frio,ou calor.
Livre.
Num cantar,debaixo de sua janela.
Querendo ninho,
querendo abrigo.
Ou apenas no lamuriar,um cantar qualquer.

Porque é assim que escuto um sabiá,
suaves lamentos distantes.

A sensação é de brevidade ... nem sempre aparecem ...
Vez ou outra escuto um na madrugada ...
Há tempos para se apresentarem.
Não sei num até quando...
O bairro deixa de ter as árvores costumeiras... as frutíferas estão desaparecendo ...e, sequer ouço, mesmo no verão, a folia das maritacas,que costumavam nos visitar.
Quando deveria-se ter cuidados para preservação do verde.
Amaria estar num sítio ou chácara,e viver da paz contemplativa do verde,dos pássaros e animais ... um sonho de consumo,que tardiamente,desconfigura-se.
Minha sina é morrer na capital,selva-de-pedra.
Sem porteira,sem beira,nem eira.
E com pernas cansadas.
Mas lembrei-me da ou do,sabiá!
E personifiquei-me,assim louca,livre e solta.
Quisera ser menos triste,também.
Taciturna,torno-me aos poucos.
Talvez a velhice me faça laços.
Talvez as tristezas, deem-me nós.
Mas ...
Dizer da vida,ainda posso,num teclado,palavras sopradas,qual canto do sabiá.
(Na insistência.)
E pouso nas janelas das pessoas,que não me veem ...
E embora num canto sequencial e triste,tentando fazer valer a vida,que deveria encantar a todos.
É isto.
Pouso em sua janela.
E,canto.
Ainda tenho asas-da-liberdade-do-pensar.
E vou ainda,conjugando o verbo,amar.

Tata Junq

Registro do canto de um sabiá,oportuno aos pensamentos.


Sem comentários: