sexta-feira, 17 de novembro de 2017

Do Projeto, Crônicas Esparsas: Segredando a Flor Azul.

                                              ( Imagem por pesquisa. / Google.)
            
 " ...  já ouvira dizer das flores comestíveis, como hábito salutar."

FLOR AZUL

A flor foi roubada da jardineira,junto à janela.
Era tão bela.
Marina espiou através da cortina,mais uma vez,para certificar-se daquela aparição,logo cedinho.
Azul,de um azul tão nobre,como o céu,da cidade-nova.
Ela não estava mais lá.
Como surgira,sumiu.
Rapidamente.
Um lugar,aparentemente tão calmo,tão recomendado.
Que mistério rondaria o feito?
Coisa de criança?
Não havia sentido ... alto pra crianças.
E tão cedo ... crianças estariam,dormindo.
Um romântico qualquer se apossaria dela,para presentear sua amada?
Seria servida junto ao almoço?
Até que sim ... já ouvira dizer das flores comestíveis, como hábito salutar.
A curiosidade fez com que desse plantões nos primeiros horários matutinos ...
Afinal,estava de férias,num hotel tranquilo,e não tinha compromissos com o sono.
Só tomaria cuidados,pra não perder as iguarias do café matinal,no salão de refeições.
Um delírio aos olhos!
E ao estômago,também.
Nas manhãs seguintes,procurou se certificar se havia mais sumiço de flores.
Era um domingo,que prometia.
Faria um passeio,já programado,junto a um grupo.
Quando não mais que de repente,viu um sombreado,meio às folhagens.
Surpresa!
Um pequeno camaleão a devorar as flores,de qualquer cor ou espécies ali cultivadas.
Natureza!
Mistério,sem mistérios.
Pra ela,uma novidade.
Suspirou fundo e sorriu.
Queria ter a flor azul em mãos,ofertada por um gentil admirador.
E riu com vontade.
Lembrara de sapos,que viraram príncipes, nas estórias infantis.
Mas não era sapo,era lagarto.
Nada de beijos!
Riu,descontraída,como há muito não ria.
Sorriso floresceu,qual flor azul,lindamente.
Quem sabe,no grupo, não haveria lagarto,disfarçado de gente?!
E rumou pra seu café,especial,estava varada de fome.
Além do olhar atento às bancadas de quitutes,olhou insistente,em mãos masculinas,pra averiguar,se alguma sustentava a florinha,azul.
Qual nada!
Riu novamente.
Lá fora,o céu era de um azul intenso.
As flores do jardim externo,eram amarelas.
A-ma-re-las!
E,os sonhos da mulher,jovem que era,também acordaram,bordando um jardim,em abandono.
Reacordara pra vida.

* Qualquer semelhança com realidade,é feliz coincidência!

Tata Junq

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