(imagem retirada do Google)
No navio,cabem todas as palavras,as permitidas,as toleradas,as enrustidas,as de antes,do depois,as em registros,as que voaram retirantes, as que rumam às outras paragens ...e todas que cabem na minha mão,trabalhadas,talhadas,tal quais estatuetas de madeira.
O navio é grande, mais que isso,enorme,o das idéias, e minha mão tão pequena.
O mar-de-pensamento,infinito,como tal, é o mar.E,soprado ao vento, vai o navio,às velas conjuntas. O leme? Leva-me às dimensões,invisíveis,até que sejam liberadas,reveladas.
Eu caibo no mar.O mar cabe em mim.
Ora,doce,calmo ...ora rebente em rochas,ora vazante,derrubando tudo que vem à frente,ora sereno,lavando todos os pés,ora abrangente,abrigando peixes,sereias e senhores de reinos,ora aqui,ora ali,ora acolá,ora sequencial e lógico,ora sensivelmente belo,ora morno,ora gelado ...
No mar-de-mim,mergulho fundo e submerjo as palavras,para cuspi-las em grande boca,rompendo barreiras,cobrindo arrecifes,inundando praias,arrotando pérolas em conchas,conchas vazias,algas,gravetos,e todas as ânsias,comoções,pouco,muito ou nada.
O mar-de-mim leva navio-fantasma ...
Hoje,navio-fantasma ... frio e inóspito,com leme à deriva,sem busca de porto,de chegada.
Somente libera movimentos contínuos,sem pretensões.
À mercê do nada!!!
Tata Junq
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