Eu vi claramente minhas emoções derramadas,sem borrões.
Era um tempo de perdas e inconformações.
O espaço de trabalho ventilava o vazio da escrivaninha ...demorei tempo para retirar suas coisas dali ... a gaveta guardava sonhos de viagem,junto ao manual de programações ...
Muitas vezes, perguntei-me,por quê?
Quem explica a morte?
Só sabemos que a vida corpórea tem um fim,assim como começa num espaço protegido ...
Ali estávamos...mãe,filha e filho tentando dar sequência à vida ...
Eu atendia telefonemas ...e escrevia,todos os dias ...e as palavras escorregavam nas linhas ... e vezes misturavam-se às lágrimas,que tentava esconder...
Por um tempo,foi rotina ... que foi quebrada por um assalto à mão armada...
O impacto foi grande ...
Voltei para casa ... sem saber qual vazio era mais extenuante ...
Preencho ainda linhas,adoro escrever nos papéis ... preencho as telas,que também já preenchia.
Hoje,sem papéis ou cadernos ...bastam os papéis da foto e de meu claro olhar ...
Um resgate de um álbum,de outro espaço...e, de tempo atrás...vai fazer 6 anos...
Só entendo que a vida flui de qualquer forma ...e, o meu tempo,é a cada dia,possível.
Não vou chorar agora ... esforço-me. Ainda somos uma família,sem distanciamentos ... unidos,num amor franco,limpo,verdadeiro e eterno...extensivo a todos os que se foram ... Somos em oito:Minha mana,meus dois filhos,minha filha,minha nora, a filha-2ª ,minhas duas netas e eu.
Permanecemos...num até quando não definível.
Tata Junq
Sem comentários:
Enviar um comentário