Teci sonhos ...
Qual fiel aranha , organizei paulatinamente, cada um.
Uma a uma , remontadas esperanças ...
Cintilaram, qual banho de Lua e ofuscaram a realidade.
Entretive-me , sem noção da espera.
E a vida desenhou luas e luas , sóis e sóis ...
E em agonia no agora , percebo que envelheci , emaranhada ao meu tecer-insano ... Fui hóspede da teia, que agigantada se tornou.
Curvo-me diante da incompetência-primaveril-adolescente , que me privou do amadurecimento , colocando-me à mercê das ignorâncias ...
Envelheci sonhando , dormindo , acordando , dormindo , tecendo esperanças.
O amor não veio , o homem desejado , nunca atravessou sequer o portão ...
Olho pela janela , nuances da manhã ...de um novo dia.
Meus olhos chovem,dor!
Meus olhos buscam o espelho. (Realmente, o tempo , castigou-me.)
Nada a fazer ... somente esperar a chuva passar ... e escutar os murmurinhos das crianças da casa ao lado... dando-me a dimensão do vazio da minha.
Volto a olhar a janela ... e meus olhos não se desviam da árvore tombada e ressequida ... Aquela sou eu ... nem
a chuva vai lhe dar vida.
Morreu a cada dia, tecendo agonias.
E nas amarras da teia, somente prendi a solidão ... e os segredos , bem fechados , na palma da mão.
(Uma Alma Feminina)
Tata Junq
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