Momentos Reflexivos:palavreando, fotografando ... Boca que não cala!Olhos atentos!Coração na ponta da língua! Razão na ponta da língua! Dual criativo,perceptivo ... registrado. No direito ou avesso,emotividade, sensibilidade! Crônicas ou poesias, transpareço! Câmera na mão, transpareço! PENSAMENTAR é: SER CRIADOR, que se faz SER,CRIATURA! É ARTE DO PROSEAR, POETAR, POETAR-PROSEANDO,PROSEAR- FOTOGRAFANDO e,ou MUSICANDO. Tata Junq
sábado, 28 de maio de 2011
Crônicas ao acaso: Rosa Maria. (Projeto: Mais um "causo".)
Onde mora a dúvida? Nas incertezas, que provocam a ausência.
Nenhuma palavra.
Nenhuma carta mais chegou.
No silêncio daquela manhã fria, Rosa Maria desliza seu corpo cansado, da cama ... e tenta equilibrar-se ao colocar seus pés no chão.(Encontra-se enferma de corpo e de alma.)
Vacilou por instantes ... sua alma batecom a cara no chão, seu corpo treme muito, tomado pela febre...
E mesmo assim ...cambaleante, foi até o banheiro, que fica ao longo do corredor estreito.
Apoia-se nas paredes mofadas, escuras, que abraçam sua solidão, como fossem cúmplices de sua verdade.
Tenta molhar seu rosto e punhos ... a água é fria, tanto quanto seus pés descalços.
Os olhos vermelhos, ardem ... seu corpo arde, sua alma arde ...
Vai para a varanda ... senta-se no banco rígido ... e olha o céu,negro, sem estrelas ...
O vento é cortante ... seu olhar alcança a estradazinha de terra ... vazia.
Sem notícias.
Sem ajustes de contas.
Nunca mais ele surgiria ali, naquele portão.
E suas lágrimas aquecem seu rosto ...
Corpo febril, alma febril.
Nem sequer questiona mais a vida.
Nem sequer sonha.
Nem sequer ...
Pobre criatura!
Pobre alma-pobre!
A madrugada judia, o frio é absolutamente cortante.
Reencosta-se ... inclina sua cabeça para trás,como se nada mais quisesse olhar.
O vento forte carrega com as folhas secas, também sua alma.
O corpo, também transcedeu, enrijeceu.
Rosa Maria, um dia rosa-encantada, agora, foi.
Atravessou aquele portão, pegou a estreita estrada ... levada ao vento ... e, foi ... e, foi ... arrastada, tristemente, alma-penada.
Hoje em dia, ainda falam das sombras do vale. E que lá , o venta uiva ... e escuta-se o choro-lamento, sequencial ... e vê-se um vulto que vaga de cá e lá, na varanda da velha casa abandonada.
Ahhh ... no jardim ...ainda brotam rosas ... lindas rosas, douradas.
Tata Junq
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