Aos sábados e quartas feiras, a campainha não tocará mais, de forma insistente e tresloucada ... dim-dom, dim-dom, dim-dom, dim dom!!!! Peiiixe! Peiiixe!
A boca do tiozinho emudeceu.
Soube de sua morte. Estava trabalhando, limpava seus peixes, caiu.
Aos poucos ou de maneira desenfreada ... a vida muda. Os hipermercados estão aí, atendendo seus consumidores, mas ele insistentemente vendia sua mercadoria nas ruas, casa em casa, aqui nas redondezas. Método antigo, ultrapassado... mas tão único, insistente ... buscando sua sobrevivência.
Ele e seu carrinho de mão! Ficará no inconsciente ainda, o chamado às 4ª feiras e aos sábados.
_ Merluza, pescada branca, sardinha ... olha o peixeirooo! Sardinha!!! Merluza!!! ... Olha o peiiixê!
O peixeiro, sem nome, o tiozinho, morreu e carregou consigo sua fé _ era Pai de Santo. Convites não me faltaram para ir ao seu espaço e receber graças à saúde comprometida.
Puxa! O que será de sua esposa?
A vida continua ... sem os peixes do peixeiro, sem ele. Dura, sem tréguas.
Peixeirooo! Peiiixê! Sonoros chamados, findaram. Só não finda, a esperança de dias melhores!
Tata Junq
1 comentário:
Leia-se : Homenagem Póstuma .
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