(Do Projeto,Um Olhar Tão Meu./ Tata Junq.)
Pés nus.
Passadas cadenciadas sem nenhuma pressa.
Marcas nas areias molhadas.
Eu o acompanho,até onde minha visão o alcança.
Ele dava algumas paradas e olhava insistentemente para o mar.
Parecia perder-se na imensidão.
Gostaria de saber de seus pensamentos ...
(Não pela curiosidade,apenas.)
As almas humanas,fascinam-me.
E,seu olhar é triste.
É um velho homem.
Teria sido pescador?
Sua pele é judiada.
Mas há um beleza contida ... sua alma transpira por seus poros.
Eu o acho bonito.
A Natureza marinha e seu perfil,combinam.
As areias brilham ... o mar é de um azul extraordinário.
O Sol brilha e dá-nos,boas vindas.
Poderia filmá-lo ou fotografá-lo.
Não seria correto,nem ético,nem nada.
Meus olhos registram a imagem.
E é o bastante,creio.
Ele volta a caminhar.
Tomara que tenha buscado paz e a tenha retido,no suspiro fundo,que detectei.
Repenso a vida.
Deu-me ele,sem sequer saber de minha existência, a noção,segura,de que prosseguimos ...
Cada um com sua caminhada.
Meu olhar perde-se nessa imensidão.
Não estou triste,nem contente.
Sou alma-mistério,como a daquele senhor.
Vivos!
Tata Junq
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