( Projeto Olhar Tão Meu //Tata Junq
Gosto do gosto da laranja.
Gosto de bolo de laranja.
Mas o tom de laranja,agride meus olhos,nos tecidos,tem de vir mesclado.
Laranja lembra Sol...o pôr dele.
Quisera tê-lo visto,sentada a um chão qualquer.
Sempre o observo ao longe e o fotografo.
Na verdade,gostaria do ver,acontecer.
Poderia ser também um amanhecer.
Não ver de uma janela qualquer...
A janela d'alma,fez registros,imaginários,românticos.
Hoje os quero,nascer ou pôr,mesmo só.
E, na certeza,fotografaria cada ângulo,sorrindo,chorando ...
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O SOL LARANJA
Aponta manso,espião.
Como se espiasse a Terra.
Luz que invade,sorrateira,ainda.
A vermelhidão que o norteia,torna o céu,uma laranjada imensa.
Eu a bebo,com olhar atento.
É sabor ao vento, que me acompanha.
Quero procurar o "resto",esticando o pescoço ...
Que tolice!
Ele vai se anunciando devagar...
Mostra-se ao meio,reluzente.
E levanta-se,gigante.
Eu o vejo,já com alguma dificuldade,ardem meus olhos.
E sinto o seu poder.
A pele aquece ...
A vida,aquece.
Está na hora de tirar a bunda do chão.
Reverencio-o.
Agradeço a vida.
Ponho-me a caminhar pela orla.
( Do Projeto, Um Olhar Tão Meu. // Tata Junq)
( Efeito Ilustrativo,somente.)
Não vi nenhum semblante carregado.
Chamou-me a atenção,um grupo de idosos.
Desfrutam a paz maritma e Sol.
Penso,que são privilegiados ...poderiam estar isolados,mal cuidados ou em clínicas.
São-me espelhos.
Envelheci.
Envelheço.
Amanheço,anoiteço.
E,crio contextos.
Meu olhar crê no que vê.
Sem estar.
Na certeza do estar só e nas palavras,com tanta companhia.
Cai a tarde,novamente.
É um verão quente,o entardecer é morno,bem agradável.
Aos poucos o Sol se esconde...
Meu tempo pára agora ... não verei estrelas,nem Lua.
Despeço-me, da despedida,dele.
A Terra gira,O Sol orbita.
E não verei a outra "face."
Nem sua,nem minha,nem Lua,nem estrelas.
Estou inteira.
Inteiramente preenchida.
ALARANJADA.
Sol?
Somente registros de uma sacada.
Estrelas?
Em sonhos ...
Cansada.
Tata Junq
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