domingo, 10 de agosto de 2014

Do Projeto: Crônicas. (ELA.)










E ela chorou,azul,cor do mar,diante dele.

Numa saudade tão imensa,como ele.
Numa beleza,tão íntima,como ele.
E as lágrimas viraram pérolas,em conchas.
Aprofundaram-se nele.
Seus olhos,acompanharam o vai-vem,até perder-se,a foto
que descartou.
Descartou ali sua alma e abdicou-se de sua companhia,tão lucidamente,
que chegou a sentir medo.
Seu corpo agora,treme.
O vento gélido colabora.
Pronto,perdida está a imagem.
Eu também posso vê-la,acompanho seus movimentos,um a um.
Uma beleza rara. Uma senhora,com rosto marcado.
Nem imagino como adquiriu aquela cicatriz.
Calculo,que sua alma também tenha uma,que tenta costurar agora ...nem sei se com a determinação dos tolos,enamorados,ou como um cirurgião plástico,competente.
Agora,caminha lentamente,cabisbaixa.
Parece que perdeu forças...antes seu semblante,era imperioso.
O vento sopra seus claros cabelos.
Não mais sei de seu olhar ...vejo-a de costas.
Jamais saberei quem é...e de quem era aquela foto?
Se era real, despedida?
Nada sei e nunca saberei.
( Digo com veemência.)
O mar-de-pensamentos,é impenetrável...
Somente o meu, agora, faz ondas,visíveis.
Sou uma cronista,e agora,uma onisciente narradora.
Eu vi.
Relato.
Real?
Inventado?
Não revelo.
Ela era eu?
Eu serei ela?
Déjà vu?
Coisas de escribas!!!

Tata Junq


*** Amanhã tem mais!

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