domingo, 10 de abril de 2016

Temporalidade,intemporal. Papo-cabeça? Conjecturas de um final de domingo ...vendo estrelas.

                                          ( Vou costurando a vida ...)                                         

As estrelas brilham ...
Nem quero saber,se já se apagaram antes...se a visão tem atrasos,anos-luz.
Estão no céu,reluzentes.
Podem hoje,não ser uma visão tão ampla ...como de muitas, que já tive o privilégio de.
Mas estão parcialmente visíveis,por conta de atmosfera poluída.
Eu as olho...numa visão limitada.
E dou conta, das grades, que rodeiam meu quintal.
E dou conta, de quanto nos limitamos.
E dou conta, de quanto perdemos de liberdade,com a força do progresso.
Vivemos empilhados aqui e ali.
Vivemos os horrores da clausura,por conta de segurança.
Sampa cresce,cresce,cresce....
E,nos limitamos...numa sacada de um prédio,num quintal de uma casa ...
Que merda!
E,sobrevivente,ainda ...olho algumas estrelas,as que meu olhar alcança.
Que luxo!
Que lixo!
"Umazinha",reporta-me à lindeza do espaço ...
E clamo por vida e belezas!
E clamo por belezas em todos os corações ...
E,choro.
Bem assim,derretida que sou.
Bem assim,defensora das belezas visíveis e invisíveis ...e,valorizo a vida.
A que vim?
Que faço por aqui,ainda?
Sei apenas,que amo estrelas,vivas ou mortas.
E na temporalidade,que sequer existe,também de fato,remete-me a algum lugar ou pessoa.
"Ora direis...ouvir estrelas ..."
Creio,que o poema vale ...e, muito.
Amo amar estrelas,e não perdi juízo.
Num tempo,que fiz de meu.
E que cabe,um você!
Tata Junq


Autor parnasiano,Olavo Bilac.

"Ora ( direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las, muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto...

E conversamos toda a noite, enquanto
A via láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.

Direis agora: "Tresloucado amigo!
Que conversas com ela? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?"

E eu vos direi: "amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas."

(Olavo Bilac)


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