quinta-feira, 14 de agosto de 2014

No poço-da-saudade,buscando fragmentos de luz. ( Do Projeto:Costurando Lembranças.)

                                                         (Minha Mãe!)

Em lampejos de dor,
exalei amor,
pelos poros,
pelos olhos,
pelas narinas,
para depois,
sentir
o laço,
do aço,
chicotear
a
alma.
E arrastei,
como móveis ,
pesados,
as desarmonias.
E na pele,
fina de agora,
deixei
correr
como rios
caudalosos,
em correntezas,
todas as lágrimas.
Ainda esperançosa,
de
seus braços,
no abraço,
alento.
Quis correr
pra 
seu 
útero,
sentir seu calor.
Seria
a
solidão,
mais quente,
no abrigo,
de 
seu
amor.
O medo?
Perderia forças.
As agonias,
afogar-se-iam,
em suas águas,
misturadas às minhas.
E, eu somente,
fecho os olhos,
buscando o brilho
dos seus,
faróis
de
luz.
E,perco-me
na saudade.
Tenho ciência,
Mãe,
que cresci,
envelheci,
e vezes

morri.

Tata Junq

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