quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Momento Reflexivo:Numa desordem absoluta.




Alarguei a alma,qual bandeira ao vento ... não contente,coloquei pernas de pau ...
Acenei,chorei,cantei,dancei ... em vão.

Voltei ao chão.


Como bailarina,sangrei pés e torci alma, num solo.

Quis ser observada, notada,tomada de uma carência-ímpar.
Pobre tola errante!
Pisei lágrima a lágrima ... pisoteei sonhos,curvei-me,encolhi-me diante do desprezo e fiz-me pequeno ser,encolhi,encolhi,sumi.

Sumi nas trevas ...

Delirante,tornei-me zumbi ... 
(Não Dos Palmares)

Quis ser Lúcifer ...
Amaldiçoei ... gemi,grunhi,urrei.
Mostrei dentes,garras ...

Mas volitei em asas...soprando flores ...

Suspirando e respirando amor-bondoso.
Anjo!

E nem mesmo assim,Vê-me.


Perco-me,inglória,absurdamente impotente,e

recolho ponto a ponto,fragmentos de meu ser.  ( Numa desordem absoluta.)  

Onde perdido está,meu coração?

Correu ligeiro em busca do teu... teimoso que é.

E desprezado,arrítmico,agoniza.


Virei "Mulher de Lata" ... protótipo de estória infantil ...

Quem habilitará meu coração?

Recolha-o,por favor ...foi jogado ao chão.


Tata Junq


2 comentários:

Elaine disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Elaine disse...

Com exceção do querer ser lúcifer, seu poema descreve exatamente o que estou vivendo, sentindo e chorando neste momento.

Penso que sou tão apaixonada - qual nunca fui - que não consegui amaldiçoar; antes, orar em favor e abençoar. Nem mostrar garras e dentes; antes, manter meus braços estendidos com um buquê das flores da minha mansidão, exalando o perfume dos meus mais sinceros sentimentos.

Oh, como eu queria que esse amor viesse ao meu encontro, convencido do quanto eu também tenho sentimentos (e o quanto são verdadeiros e fortes...).

Grande abraço para você, recomeçando uma vida após mais um fim do mundo...

§^,^§

Elaine Cândida