sábado, 9 de dezembro de 2017

Momento reflexivo ...VIM.



Queria muito saber e perguntar do meu nascimento ...
como foi minha entrada à vida ...
Sei,por exemplo,como foi difícil o parto,trazendo minha mana ao mundinho...
Perdi a chance de perguntar do meu.
Já era.
( rsrs...)
Calculo,que chorei de cara ... e,muito.
Acho,que estava confortável dentro da mamãe ...
(Estaria livre ou presa no mundo?)
E envelheci ... continuo chorona ... e "minhas asas" foram podadas,qual de passarinho.
E olho o céu ... e,sinto o vento ...e calculo o infinito ...
Um dia,volto pra casa ... alma livre ...
O corpo pesa ...
As lágrimas fluem ...
Mas os sorrisos ...ahhhh...os sorrisos ...são gratos por tudo que os olhos veem ... e,que julgo terem sentido.
A vida teve e tem sentido ... pesos,levezas ... tristezas,alegrias ...
Na verdade,o Mundo,Terra, é generoso.
Minha pátria é bela,rica,generosa. A Natureza encanta ...
Vim aprender ... creio.
Vim fazer minhas exigências também ...
Não choro pelo quadro político,que nos envolve.
Lamento por chegar à velhice e ver tanta desordem moral e social.
Nasci no interior, Lins ...vim petetica pra São Paulo ... 2 meses tinha então ...
E em Sampa moro.Aqui "cresci" ...
Moradora de um bairro,que passa carro vendendo churros ... ou pamonhas ... ovos ... motos que vendem pizzas de R$10,00 ... rsrs ...
- "deireal"...oooolhaaaa a pizzaaa!!!!
Numa rua,que já foi festeira ...
Sem chorumelas ...
Sorrio.
Cumpri muitas "tarefas" ... e,ainda cumpro ...
Aí,volto ao começo ...
Vim ...
Grata,mãe!
Grata,pai!
Vim ...
Ahhhhhhhhhhh ... em tempo,queria voooaaarrrr!!!!
Heheheeee....!!!!!
Tata Junq

#musicatudodebom Essa amooo... Poeticamente cantante ...


Dois Rios
O céu está no chão
O céu não cai do alto
É o claro, é a escuridão
O céu que toca o chão
E o céu que vai no alto
Dois lados deram as mãos
Como eu fiz também
Só pra poder conhecer
O que a voz da vida vem dizer
Que os braços sentem
E os olhos vêm
Que os lábios sejam
Dois rios inteiros
Sem direção
O sol é o pé e a mão
O sol é a mão e o pai
Dissolve a escuridão
O sol se põe se vai
E após se por o sol renasce no japão
Eu vi também
Só pra poder entender
Na voz a vida ouvi dizer
Que os braços sentem
E os olhos vêm
E os lábios beijam
Dois rios inteiros
Sem direção
E o meu lugar é esse ao lado seu, meu corpo inteiro
Dou o meu lugar, pois o seu lugar
É o meu amor primeiro
O dia e a noite, as quatro estações
O céu está no chão
O céu não cai do alto
É o claro, é a escuridão
O céu

*** FELIZ SÁBADO A TDS!!!!!!!

Tata Junq

NA VALORIZAÇÃO Da ARTE das PALAVRAS ... ALBERTO CAEIRO (Literatura Portuguesa.)

"Quando vier a Primavera,
Se eu já estiver morto,
As flores florirão da mesma maneira
E as árvores não serão menos verdes que na Primavera passada.
A realidade não precisa de mim.
Sinto uma alegria enorme
Ao pensar que a minha morte não tem importância nenhuma
Se soubesse que amanhã morria
E a Primavera era depois de amanhã,
Morreria contente, porque ela era depois de amanhã.
Se esse é o seu tempo, quando havia ela de vir senão no seu tempo?
Gosto que tudo seja real e que tudo esteja certo;
E gosto porque assim seria, mesmo que eu não gostasse.
Por isso, se morrer agora, morro contente,
Porque tudo é real e tudo está certo.
Podem rezar latim sobre o meu caixão, se quiserem.
Se quiserem, podem dançar e cantar à roda dele.
Não tenho preferências para quando já não puder ter preferências.
O que for, quando for, é que será o que é."
Alberto Caeiro, in "Poemas Inconjuntos"
Heterônimo de Fernando Pessoa