segunda-feira, 27 de março de 2017

Do Projeto,Crônicas Esparsas : Maria.

(Imagem por pesquisa./Google.)
(Paula Rego retrata uma mulher sofrida.) 

Maria não é João.
Nem João é Maria. Nem Berenice.
Maria é Maria,nem gueixa,nem concubina,nem prostituta,é pedreira.
Braços fortes,cintura larga, não pinta os lábios.
Vez ou outra,chora.
De amor? De dor?
Marecão é seu apelido,e ela nem dá ouvido.
Agora,bate uma marmita.
Pouco falta pra terminar serviço.
Tem casa,tem filho,tem sofrências,mas aprendeu a dobrar a vida,e ganhar sobrevivência.
Maria,é das Graças.
Abençoada,desde a pia batismal.
Maria não é qualquer Maria... mas caberia também,o Das Dores.
Ode à Maria Coragem!
Assim a chamaria.

Tata junq

Do Projeto, Crônicas Esparsas : João.


                                                                 ( Imagem por pesquisa. / Google.)


 nuvens no céu,aborrecidas,chovendo nos marços-da-vida.
Tal coração,quente e sofrido,de João,de Maria, de todos os incompreendidos.
João acorda e se envolve na preguiça.
Levantar pra quê?
Aproveita ainda a sombra,enquanto não lhe invade,frestas,a luz forte da manhã.
O Sol brilha. A alma de João,quer dormir,quer breu ou cinzas.
Há muito,João morreu pra vida.
Embrulha-se no lençol fétido de urina.
Não tem fome.
Vezes,levanta a cabeça,espia e dorme.
Assim foi,até seu prazo expirar-se.
João,num dia de inverno,morreu.
Frio,fria alma,frio corpo.
João virou alma-moleque,correndo,buscando colo de mãe.

Tata Junq

Quem dera ...



                   ( Imagem por pesquisa. / Google. )


Quem dera o alcance de uma borboleta,entre flores,depositar,minha vida.

Quem dera,o nectar-último,adoçar a alma.
Quem dera?
Quem dera?
Quem dura?

Tata Junq