sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Mosaico


O mosaico de mim,tem cacos,um a um moldado.
Não fui quebrada.
Constroem-me aos poucos o tempo,em ventos,erosivos.
E vou virando marcas,que serão outras e outras e outras.
Descobertas e há de se descobrir outras tantas.
Meu olhar é um túnel,que não sombrio,tem brilho velado,qual canção em disco,que arranha o som,em cadência marcada ... E braço-de-agulha,antigo, que não quer chegar ao fim.
São assim,todos os pedaços de mim.
Mas haverá o dia,da poeira ...e o mosaico espalhar-se-á,sem eira nem beira.
E, não serei sereno.
(Gotas minúsculas tombadas,de volta à terra molhada.)
Voarei,espalhada em cinzas,em searas inventadas.

Tata Junq

Se meu coração fosse de papel ...Pensamentando & Musicando& Ilustrando

(imagem por pesquisa / Google )

 Se meu coração fosse de papel,
faria um origami,
dum bicho bem esquisito.
Nadica bonito.
E colocaria na janela.
Na certa chamaria atenção.
Não estaria na gaveta,escrito em versos.
Nem tão pouco dançaria com essa canção.
Coração-bicho-lagarto,sem camuflagem.
Tomando sol,displicente.
Ao entorno,nenhuma gente.

Tata Junq