terça-feira, 16 de agosto de 2016

SAGA DO AMAR (Prosopoetando.)




Se eu amasse agora,
não seria leite,
derramado,
por descuido,
nem vento
ao acaso.
Nem flores
secas de outono.
Nem mares,
bravios.
Nem ausência
 de cor.
Se eu amasse agora,
seria semente
a
germinar,
crescer,
enraizar.
Se eu amasse agora,
buscaria na certeza,
solo-útil,
generoso.
Se eu amasse agora,
ahhhh ... se eu amasse agora ...
teria escolha,em meu sonhar.
Teria um pra sempre,
a germinar.
Mas ...
ficou difícil,
esse amar.
Pássaro bicou e
levou semente,
pra tão longe,
pra tão longe,
...
Em que paragens,
deve estar?
Onde coube,
meu amar?
Foi pra nunca mais voltar.
De tão belo,
virou pérola,
na concha-do-amar.
A-MAR.
Ah,mar!
Ninguém há de encontrar!

Tata Junq
(16/08/2016)