sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Crônica: Maria,que não,chuteira.

                                         
                                                    ( Imagem por pesquisa,no Google.)

Os pensamentos cuspiam fogo,qual dragões,naquela manhã ensolarada.

Maria Clara,subiu as escadas com, seu balaio de roupas lavadas,era profissional e sonhava com as máquinas modernas.
As roupas desfilavam nos varais daquela varanda,rústica,enorme.
E lá estavam todos os jogadores do time de várzea,representados.
Havia uma camisa especial,calção e meia do goleiro Juvenal.
Ela o via ali pendurado,de tanta paixão declarada.
Lavava tudo com empenho.Dava um duro danado no tanque,que chegava ralar seus dedos.
Ao receber os sacos-de-roupas,no finalzinho do domingo,estava ela separando os uniformes.
Sabia do fardamento dele, decor.
E não é que em vez da lama,havia era muito batom?
Maria Clara surtou,resmungou,até que chorou.
Desta feita,no varal,dançava sua raiva de lá e de cá.
Deixou de sonhar com as máquinas lavadouras?
Claro que não!
Deixou despencar seus sonhos com Juvenal,bem ao sabor de vento e sol.
Era aguerrida!
Valente!
Homem e mulher da casa.
Não se submeteria ser "mulher chuteira",nem morta!
Pisou duro,no chão áspero,desceu as escadas,olhou pro portão e pensou assim-assim,um dia,saio daqui,sem trouxas,penduradas ...e, viu Otaviano,seu vizinho ... e num era que era um formoso,ajeitado?
- Saio mesmo,num faço de rogada!
( Num sonho,breve,acordada.)

Tata Junq

Bem assim!



Em segundo plano,
o tapete,
sujo
das
almas
e
o
lixo
abaixo,
dele.
Escondido.
( Em primeiro,espirros.
Expurgam!
Explodem!
Incontidos.)

Tata Junq

(30/07/2015.)

Prosopoetando a vida: Um dia,que não um qualquer.



Olhei a flor,
ela
sorriu,
zombou
do
meu amor,
mal humorado.

Olhei a janela,
ela
chorou
em
chuva,
assim
o
era.

Eu,
adormeci
meu
olhar,
tristonho,
na
soleira-da-porta.

Assim
foi
o
dia,
por
inteiro.

Tata Junq

(25/07/2015.)

Galhardas & Gargalhadas & Estórias & Histórias & Vídeo ...Se "todo poeta é um fingidor" ...cronista,também o é?



Quem sorriu fui eu... aliás gargalhei de tuas performances nas galhardas.
E ias e vinhas e olhavas-me ... e, olhavam-me.
Eu voltei nos séculos ...
Primorosamente vestida ...
E sorri,dos sorrisos tantos.
E dancei ligeira,no compasso alegre e versátil.
Tu e eu.
Dejavu?
Não houve,sequer um erro na sincronia dos passos.
Perfeitos!
Até que casastes ...
Zombastes  de mim,tão ingênua,tão jovem?
Tu eras magnífico!Eu a donzela-sonhadora.
E os passos marcados,cessaram.
Olho da janela,seu ir e vir,
num outro tempo,também nosso.
E,furtava no olhar,seus acenos.
Eu era tão jovem,também.
Não há tanto tempo,soube de ti.
Casado,viúvo,a saudade te abateu.
Acho que em todos os tempos,ELA,foi Rainha,
tu fostes o Nobre,Rei.
Eu?
Princesinha,irriquieta,sonhando amor.
Nobre Rei,honrado!
Por quantas luas,sóis e girassóis te encontrarei?
Antes da primeira morte,depois das outras,sei que somente,
cruzarei teu caminho.
Há os que nascem,renascem ...
E,se reza o Infinito,um poder,quero fazer parte de suas vidas,nascida,
de tão lindo amor.
Se Rei,plebeu,presidente,um qualquer ... tomara que,pacificador intergalático,ela,fiel
companheira,nobre escudeira.
Prometo-te,ser guerreira-do-amor,na alegria,na dor,honrando a família.
Na minha velhice de agora,meus pensamentos tomam forma ...tento abranger um tempo,inexplorável,inverso.
Tão complexas as incertezas se estou aqui agora ou no ontem...ou,num amanhã.
Ou ... se somos parte do inconsciente,coletivo.
Somos e nada somos?
Não somos,mas fomos?
Não há tempo?
Há tempo de ter tempo?
Opto por uma ampulheta,perdida,antiga.
E olho cada grão-de-areia que escorrega ... não vejo limites,sei que vai esvaziar no entanto,mas os grãos,sufocados,retornaram pra outra parte,quando a virar de ponta-cabeça.
Um vai-vem,que depende de minha ação e paciência.
Faço meu tempo no meu compasso.
E penso que a vida é um novelo,novo no velho,sem começo,sem meio,sem fim.
Meu Rei,jamais esteve ao meu lado?Nem mesmo foi meu namorado?
Existiu num tempo-inventado? Sonhado?
Posso dizer que o via,todas as manhãs e me acenava.
Eu,debruçada na janela,qual donzela na torre do castelo,retribuía.
Muitas vezes,esteve tão próximo ...no cinema,nas quermesses ...mas nunca tocou-me.
Existiu uma cumplicidade.
Um platonicismo,inebriante.
Meu primeiro amor.
Não foi um eterno amor.
Foi um,que virou nenhum.
Hoje,rebuscado,na lembrança.
Pra quê?
Por quê?
Porque fiquei pensando numa resposta que não dei a uma indagação feita: -Já amou?
Talvez tenha sido o mais perfeito,encantamento.
Puro,sem maldades,intenções ...um apaixonar-se,platônico.
Só fui ter essa noção,literal da palavra,ao estudar Literaturas.
Quanto às teorias do Tempo,embora pareça ser uma doideira,Ciências,comprovam-no.
Quer acreditar em tudo isso?
Não?
Problema seu!
Eu,sou contadora de estórias e histórias.
E,sorrio,nesta madrugada insone.
Mais uma de minha vida,entre tantas e tantas,e tantas ...
Estórias?
Histórias?
Ou madrugadas-insones?
E rio.
QUEBRA A CABEÇA,COM O QUEBRA-CABEÇAS!!!
Ou ...vai dormir também,vai?!
rsrsrsrsrsrsrssss ....hauchhauchhauchhhhh...!!!!
Meramente,ilustrativo,o vídeo.

Tata Junq