domingo, 21 de junho de 2015

Projeto,Conto um conto: Ele,o do nariz vermelho.




                            (Imagem tem assinatura/ Autoria)                




Há quem se olha no espelho,mirando-se bem fundo.
E,descobre-se "BOBO DA CORTE".
Risos provocados,provocantes,provocadores.
E disfarçando a vida,diverte o outro.
E,chora em seu íntimo,cabisbaixo.
Solitário,quebra a solidão,do outrem.
E,morre aos poucos.
E, dá bocados recheados,na insensatez de suas próprias migalhas.
E vai,dias pós dias,disfarçando a dor-de-si,consolando,distraindo a alheia.
Assim ele.
Tão atento de si,naquele momento-espelho.
Vejo-o na Avenida da vida,todas as manhãs.
Sei que vai cruzar rua,andar mais um quarteirão.
Estará no pavilhão dos enfermos,condenados.
E brincará de feliz,fazendo a felicidade de muitos,nas sabidas argumentações,canções ...porque de quebra,tem um violão... e uma voz linda.
Ele,o do nariz vermelho.
Deveria sorrir pro espelho,mas não pode enganar-se.
Desde que soube da vida comprometida,comprometeu-se a tentar consolar e incentivar todos,condenados,sem curas.
Ele sabe de seu fim e dos outros.
Mas enquanto vivo,sacode a morte,arrancando sorrisos.
Observo-o todos os dias.
Hoje,ele tem o nariz vermelho,antes do nariz vermelho ...sei que chorou.
Sei da morte da garotinha,Isaura da Veiga.
Afinal,também trabalho na recepção.
Todos os dias,vejo seu semblante sério,transformar-se,e torço pra que ele chegue,que supere mais um dia.
O Bobo da Corte,tem um nome comum,José.
José,o do nariz vermelho,que carrega o violão,que canta vida,enquanto morre a cada dia.
Lindo José.
Lindo ser.
Lindo homem,mesmo tão magro.
Quer saber?
Quando,na primeira chance,vou abraçá-lo,mesmo que não consiga dizer nada.
Mas colocarei o nariz vermelho,que guardo na gaveta ... e,quem sabe arranco dele um belo sorriso.
Ele nem sabe,que também lhe fiz uma canção.
Amanhã,hoje?
Sei não ...tudo resolvido.
Partirei pro abraço.
Depois eu conto.

( Mulher X.)

Tata Junq

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