domingo, 16 de novembro de 2014

Memórias antigas,Além. O Peste

                                                  (Eu conto ...)

                                                   ( Imagem retirada do Google.)
Nascido pra viver,mesmo tendo sido socado na barriga da  mãe.

Crescido beirando esgoto,hoje cospe sangue quente,perdendo dentes.
Assim,esse franzino desdentado,arqueado,ao chão.
Devedor e consumidor de craque (crack),que um dia sonhou ser jogador de futebol.
Moleque-homem,na marra.
Todos olham a cena,ninguém se mete.
Levanta a cabeça,seus olhos brilham fogo,de ódio.
Longe dele o medo.
Longe dele,os anjos.
Levanta valente,desafiador.
E, no levanta e cai,tomando pancadas,arranha o asfalto
e grunhe como bicho,num último sopro e vai.
Na certeza,ninguém pra lamentar.
O peste se foi.
Assim seu cognome,Peste,da moléstia.
Triste sina,a do Peste.

Tata Junq

Do Projeto, Alma Feminina: Desistência,abençoada.




                                                ( Imagem retirada do Google.)

Em assim sendo,fui.
Segurei alça da mala,rodinhas na ajuda,,,
Parei frente a escada rolante ...mais um pouco eu estaria junto dele.
Observei aquele rolamento,que parecia sugar-me,tremi.
Recuei.
Tinha forças ainda,andei muito rápido,alcancei a rua.
Entrei no primeiro taxi estacionado,certamente ele estava ali,à disposição.
E rezei forte,sai,sai,sai... pra meu destino,voltando pra casaaaaaaa!!!
E nem observei se ar condicionado estava ligado,certamente que estava,e eu ultrapassei limites.
Abri o vidro,precisava de ar,no rosto,no corpo, na alma.
E chorei copiosamente.
Motorista nada entendia ...somente tocava em frente.
Primeira chance de parada no trânsito,indagou:
-Pra onde mesmo?
Eu:
-Pra casa.
-Bairro,senhorita,senhora ...?!
-Pra casa...por favor...por favor ...por favor ...
Ritmado no trânsito,tocou em frente.Quando teve chances,parou.
Virou-se e com muita calma,ofereceu uma caixa de lenços de papel.
Eu?
Precisava de um mata-borrão,pra enxugar minhas lágrimas,todas.
Olhou-me penalizado... eu inda soluçava.
Desceu.
Abriu a minha porta,ofereceu sua mão.
Eu desci maquinalmente. Quando dei por mim,adentrava naquela igrejinha simples.
Sentei-me e ele ajoelhou-se ao meu lado.
Chorei todas as lágrimas ... e ele orava.
Foi assim que conheci,Valter.
Assim conheci o homem de minha vida.
Eu recuara,numa atitude extrema,e de
 ir em frente,numa aventura-louca.
Julgando estar perdendo a chance de ser feliz.
E, ganhei a felicidade.
Num jogo do destino,ganhei.

( Uma Alma Feminina.)
 Do Projeto Alma Feminina.

Tata Junq