terça-feira, 17 de setembro de 2013

Pensamentando & Musicando : Sonhos & Formas & Canção.



Olhei para o céu,desta tarde morna,primaveril... e alcancei o campo verdejante,

o cercado florido, soltando meus sonhos ...e eles volitaram e tomaram formas.
Vi-te, chegando,olhos ávidos e feliz,soltando a mochila ao chão,abrindo os braços,
para um abraço,daqueles que tem começo,sem fim.
Lábios gritantes,eternizados de amor,selaram os meus.
E senti tua língua morna, buscando a minha,suave ...e tornar-se afoita.
Explosão de significados,inexplicáveis,quase que indefiníveis ....
Num misto de alegria e dor,assim tão antagônico.
Eu te trouxe a mim.
E,como a canção que toca agora,há fumaça,como a de um cigarro em brasas,
que embaça meu olhar.Eu viajo na canção, com teu corpo colado ao meu,na melhor
 contra-dança que já tive.
Fugidios são meus desejos ... esvaem-se como a fumaça ...
Que fazes agora?
Dormes,num sono justo,necessário?
Preparado pra morrer? Viver?
Imagino cada gesto teu, trocando-se,paramentando-se.
Comandará teu batalhão? Estarás em missão?
Assombram-me todos os medos,sabendo de teu preparo e coragens desmedidas.
Em oração, abraço-te,como se eu pudesse ter poderes de escudar-te.
Não tens trejeitos de D.Quixote, buscando tua musa...
É tanto amor,que eu seria teu Fiel Escudeiro, mesmo não sendo tua Dulcinéa.
És o Cavaleiro Andante de meus sonhos e delírios.
Tão longe, tão disposto a lutar por causas e pessoas.
Honras ao Militar, que um dia,premunizante,disse-me ser sua namorada.
Haverá um Natal, um Papai Noel, um trenó?
Um homem desarmado a me receber?
De uniforme camuflado?
Na "guerra-do-sonho", perdi forças, rendi-me.
Meu coração, levastes contigo.
Perco-me,cativa de, já, meus -ais,buraco nas entranhas.
"Há fumaça em meus olhos",por triste saber que são apenas meus sonhos.
Apenas e tão somente meus.
Finalizados na Noite Natalina,adormecidos, na cadeira vazia.
Num frio inverno-de-mim.

(Uma Alma Feminina)


Tata Junq


( Pensamentar,dedicado a Daniel )

Reinventando a vida:Maria-de-todos.

Um cigarro...dois...




Baforadas,suspiros e bufadas de quem é impaciente.
Ela chega,alérgica que é à fumaça?
Qual nada, à falta de grana.
Ele a olha torto, na verdade se pudesse, matar-lhe-ia na porrada.
E ela, malandra, chega perto,gingando o corpo,sensual e o beija sôfrega!
(E pensa em escarrar aquela saliva fétida da nicotina e alcatrão ...)
Mas porta-se condignamente.
É Maria,de todos, e os sabe controlar.
Ele,aperta-a contra o corpo,desliza suas mãos nos seios,bunda e, acocha-se,
preparando o bote.
Entre tesão e raiva,o leite do gozo.
Depois, mãos suadas e vis,apertaram aquele pescoço,que fora beijado,
lambido e mordido,lentamente.
Gozo maior,viu-se no seu olhar, na boca salivante,escumando,o sabor-vingança.
Tempo de paralização ...
Escarrou no corpo dela,quente ainda.
E em delírio,pulou da ponte.

Tata Junq