sábado, 30 de outubro de 2010

Poetando , simplesmente. ES-PA-ÇO!



Passo a
régua,
faço
o
traço.
Circulo,
no compasso.
Centralizo
seu
sorriso.
Não dou
margem,
ao
abraço.
Puro cansaço!
Amasso.
Amasso.
Amasso,
folha,
que deu
espaço.
Que
deu,
es-pa-ço!








Tata Junq

MEMÓRIAS & PENSAMENTAR & POETANDO


(Pra ti, minha avó, Elizíria Andrade Junqueira)

Ternura-sem-fim.
A flor abriu,
linda, linda!
E eu,
gulosamente
a comi.
Assim,
tão simples,
assim tão leve,
assim-assim,
memórias num
jardim.
Jasmim?


Tata Junq

MEMÓRIAS & PENSAMENTAR & POETANDO (às avessas) : AO TIO, TEÍ!








A flor-de-maio
abriu em
outubro.
O outono,
virou verão,
antecipado.
E eu tive
a certeza,
de não estar
a seu lado.
Inverna,
esperança!
Inverna,
sonho-criança!
Vento que ao
norte, sopra,
traz-me
lembrança,
tão apagada,
qual foto,
amarelada.
E eu,
primavero
dias
da
infância,
flores
na
garganta,
entre
sorrisos-febris.
Em outubro,
o dezembro,
árvore de Natal:
bolinhas de chocolate!!!
Eu amo
a
desordem
do
tempo:
resgate-memória.
Eu e você,
aquecidos,
nos ollhares
de
cumplicidade.
Ahhhhh, tio ...
que saudades!!!!!

Tata Junq

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

MOMENTOS REFLEXIVOS & PENSAMENTAR & POETAND : E por falar de amor ...



Amo você,
quando vejo o mar
e o vai-vem das ondas.
Amo você,
quando o Sol se põe,
ou desponta,
anunciando o amanhecer.
Amo você,
ao ver
as águas serenas do lago.
Amo você,
ao ver a Lua,
mesmo tentando esconder-se.
Amo você,
ao sentir a chuva,
molhar meu corpo.
Amo você,
na suave canção,
que ouço agora.
Amo você,
a cada instante,
o antes,
o agora,
o depois.
Amo você,
ao sentir
o coração bater.
Amo você,
VIDA!
Então,
na
lógica,
amo "VOCÊ",
tão MEU,
AMOR.

Tata Junq

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

MOMENTOS REFLEXIVOS & PENSAMENTAR & POETANDO: NAMOTUR


Cabo de Santo Agostinho


POESIA NO AR!

Tua voz me acalma.
Teu sorrir me deita
em sonhos bons ...
Entre o navegar, 
respiro, 
aspiro,
prazer!
É assim,
nosso viver:
encontro marcado,
viajo a seu lado,
sem asas,
plaino,
reino,
derreto:
amor!

Tata Junq

MOMENTOS REFLEXIVOS & PENSAMENTAR




Queridos(as) amigos(as)


Bom dia!


Incansável-razão! Sementes-sonho de um Coração! Buscas!


Somos assim, procuradores de verdades, da felicidade, do amor, dos compromissos ...de todos os "issos". Mas muita vez, esquecemos de aquecer nossas almas, revigorando-as, comprometidamente, em LUZ.


Cuidêmo-las! São nossos passaportes-eternos.


Carinho de sempre!
NAMASTÊ!
ENERGIAS POSITIVAS!


" SÓ POR HOJE, SEJAMOS, FRATERNIDADE!!!!!"


Abraço-os(as) com carinho e amor fraterno, de sempreeeee!!!


Tata Junq

sábado, 23 de outubro de 2010

Momentos Reflexivos / A criatura, na sua dor.



Respeitando a ordem natural das coisas ...

Noite insone.
Olho ao lado, e vejo a fragilidade de um ser.
Não recolho-me...nem às reflexões internas, permito-me.
Sou agora uma vigilante.
E penso e repenso ...assuntos do dia.
Permitimos idealizar imagens, representativas, que nos permitem alegrias e plenitudes de amar.
Priorizamos o outrem, na verdade porque ele nos dá respostas aos nossos anseios, ilusioramente, no entanto.
Tentei argumentos ...e pedi a essa criatura que tanto amo, que valorizasse sua vida. Não se deixasse abater mais uma vez.
Disse da prioridade imediata,ela própria.
Ahhhhh ...sonhamos sonhos, assim mesmo falando, pleonasticamente.
Amamos, sonhos, sonhando, idealizando fatos e pessoas...transferindo a elas valores que talvez nem existam ...porque queremos, porque queremos ser felizes.
Depositamos no outro,valores que correspondem ao que necessitamos.
E tudo rue, quando escuta-se o não.O , estou indo embora. O, desisto de você ...ou qualquer coisa que equivalha, ao acabou.. E seja qual o argumento,amor ou falta dele ...desmorona-se, quebra-se ao meio ...fragmentados estaremos ...e tão difícil, será a recomposição.
Olho ao lado mais uma vez ...por fim, dormiu. Relutou até agora ... estava envolta em seu turbilhão de emoções,tão doídas, tão sofridas.
Perdas.
Saber ganhar ou perder.
Quem sabe ganhar? Quem sabe perder?
Hoje  vejo-a conflitante, novamente.
Criatura de Deus, que por ter uma alma tão bondosa, não merecia sofrer.
Merece acordar pra viver, preparar-se pra viver.
Eu tento ser solidária, tendo certeza de minha limitação. Nada posso mudar, nada posso resolver.
Entendo que terá de abortar sonhos, quimeras-irreais!
Abortar o eu-do-outro, e buscar o seu.
Libertar-se  ... e nada posso fazer para impedir esse sofrer.
Amor, amor, amor dobrado, triplicado ...sem nenhuma cobrança.
Quanto mais se cobra, mais abre-se a ferida que não está estanque.
Somente velo seu sono, com amor e fé ...esperando dias melhorados.
Quantas criaturas perdidas por amor!
Amor-doente-inventado!

"Boto minhas barbas de molho", como diz o ditado.
Todos temos de estar atentos, ao nosso amor.Ele tem de ser incondicional,para permanecer,íntegro.A partir do momento que condiciono, priorizo a mim ... e aí muitas vezes, nem sequer nos encontramos...estaremos policiando o caminho do outro,certificando-nos a toda hora, se somos amados.
Amar é compartilhar, crescer junto, evoluir.Se damos conta que não crescemos e que nada nos acrescenta,e se só há sofrimento,relacionamento falho. Está na hora de repensar o estar junto.
Está na hora da análise de si próprio.
Conheça-se!
Entenda-se!
E, seguramente, poderá conviver com alguém,porque vida a dois, é uma tarefa:de tolerâncias, das procuras da compreensão, dos ajustes ...estamos falando de seres diferenciados.
Quem diz que o conviver é fácil?
Com toda e qualquer criatura ...somos almas diferentes, com juízos diferentes, com quereres diferentes,e muitas e muitas vezes ...
Ahhhh ...conjecturas da madrugada ...
Ficarei aqui pelo sofá mesmo ...porque meu olhar pode alcançá-la.
Tentarei também pacificar minha mente e alma.
Só por hoje, tantos sofrimentos!
Só por hj!
Amanhã, que também será um só por hj, ser feliz!
Sejamos, cada dia,evolução! Mesmo no reduto da saudade, da desilusão... sejamos plenitudes de coração, valorizado e "vacinado"!!!!!


Tata Junq

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

MOMENTOS REFLEXIVOS & PENSAMENTAR : ANA.



Sala apropriada às inalações ...chega a menina Ana, dois anos e seis meses, linda garotinha, que vertia lágrimas e chôro descontrolado ...indignada por ter de estar ali, naquela situação desconfortável ...
Sua mãe,totalmente dotada de paciência tentava conter seus afoitos -ais, seus ímpetos.
Não tive dúvidas, abri minha bolsa, peguei uns chupe-chupes de leite condensado, conversei com ela, dei-os ...por instantes parou e depois debulhou-se em lágrimas ... por instantes refreou seus protestos, e tão somente.
Que queria eu? Queria que ela se acalmasse, era tão estressante sua atitude,não que me incomodasse ... queria que ela parasse com aquela agonia, porque sofria o impacto do momento. Que tola fui ...deveria ter apenas observado ... aquela vivência fazia parte de sua aprendizagem... e eu interferi. Com que autoridade? A daquela que não gosta de ver qualquer pessoa sofrer. E, a voz da razão me diz que errei ...mesmo tentando ser solidária ... Ao sair, a pequena Ana, lambuzava-se com os docinhos ...como toda criança, sentiu medo, incômodos.
E repenso ... fomos criados assim, subornando medos das crianças com qualquer técnica, para aliviá-las.
Ofertas!
Palavras, atos, coisas ...Somos produtos de uma sociedade ...de vivências ...
Quando acertamos? Quando erramos? ou nunca acertamos ou erramos?
Sei que Ana crescerá, com todos seus -ais ...pela jornada da vida.
E crescerá como ser humano sobrevivente. Errará, acertará ...faz parte.E será corrompida se quiser, se permitir ser.
Eu me lembro das promessas de bolas de Natal de chocolate, ofertadas por meu tio Teí.E agora rio, porque ele queria que eu quebrasse uma a uma ...era essa a intenção ... e eu achava que eram de chocolates mesmo. Grande oferta! Custou-me algumas broncas ...rssss ...E eu cresci, vendo que há ofertas de todo que é lado e que coube-me escolhas ...liberdades para tal, as que lutei e permiei por ter ...
Como Ana, chorei, choro, esperneio ainda.Rssssss ...Mas continuo nas escolhas, deliberadamente sã. Senhora de meus atos!
Eu como Aninha hoje choro, um tantin, de saudade do colinho da mamãe ...Por um breve instante ...uma saudade bonita me invade.
Desejos me invadem. Queria muito que as mamães tivessem a coragem e o grande amor-construção da minha.
Mais que isso, queria uma sociedade mais comprometida com o crescimento de toda e qualquer criança, de forma equilibrada, justa, responsável ..pra que todas pudessem enfrentar todos seus momentos, com coragem, determinações, amando-se,aprendizes de suas verdades ...para serem sobreviventes, viventes em luz, porque isto sim , sempre seremos.
Sementes habitamos um corpo físico, crescemos ...e um dia o abandonamos ...
Eu um dia, já fui outro alguém ...corpo. Mas minha essência continua sendo procura de luz.
Que Aninha seja preparada para ter  cuidados para com sua "bagagem-alma"!
Eu tento cuidar da minha, também.
Liberta que sou em minhas escolhas,
que meus filhos, façam também suas partes, libertos!
Que todo e qualquer ser, use suas escolhas para suas evoluções!
E, ainda digo, com certezas, com muitas falhas ainda, sou somente:AMOR! 
Mesmo nos meus -ais, sou amor.Aprendendo, sempre aprendendo ...
Hoje, Ana, foi mais uma aprendizagem e reflexão.

Tata Junq .

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Poetando às avessas! ESPIA! Ela ...no país do "nunca", sem fada sininho!! // Projeto Dependências.



Paradise
Paradise
para
Deise?

Órfã,
do lar.
É
da
rua.

Verdade,
vertente
crua:
nua!

Perdeu-se.
Anoiteceu,
morta,
posta,
seringa
à
mão,
deitada
no
frio-chão!

Tata Junq

Poetando , simplesmente. Pegadas.



Andei,
andei,
andei.
Marcas deixei.
Só não fui
capaz
de perpetuar
cada pegada,
que lhe levasse
ao fundo
de minh'alma.
Certamente,
você se perdeu ...
e do amor,
tão latente,
esqueceu ...
Do amor,
que é
tão
seu!

Tata Junq

Poetando , simplesmente. Não-capaz!


Abracei o homem.
Abracei o menino.
Abracei tua alma ...
Nem mesmo assim,
fui suficientemente,
capaz,
de
te
trazer
pra
mim.

Tata Junq

Poetando , simplesmente. CORAÇÃO BANDIDO.



Poetando, simplesmente: CORAÇÃO BANDIDO.


Que me cega,
que me cega,
que me cega!!!
Que
aleija,
aos poucos ...
Tropeços,
no
andar obscuro
e
incerto,
trôpego,
embebedado
de
quimeras.


Tata Junq

Poetando , simplesmente. UM 'TU" EM MIM


Poetando, simplesmente:
UM "TU" EM MIM.


Priorizei-te.
Esqueci
de
mim.
Sucumbi,
no
açoite da
ilusão.
Rasguei,
qual papel,
inútil.
Sangrei
como bicho
no corte.
Mas ...
amei-te,
verdadeiramente,
incondicionalmente,
irreverentemente,
idiotamente,
talvez.
Mas ...
amei-te,
amo,
amarei.
Sem tempo
da Terra,
mas com
tempo
dos
Céus!
Eternamente!


Tata Junq

Poetando & Fotografando: QUEM ME DERA.


Quem me dera,
abraçá-lo agora.
Quem me dera,
fôsse você,
verdade.
Quem me dera
não
morrer
na
ilusão
da
saudade,
de um
não-foi.
Quem me dera,
não te amar,
nem antes,
nem depois.
Quem me dera
fôsse eu
verdadeiramente,
o
seu
amor.
Quem me dera,
não ver
sempre
o
seu sorriso,
numa flor.
Quem me dera,
não morrer
de
amor!

Tata Junq

domingo, 17 de outubro de 2010

AVATAR: REFLEXÕES E ESCLARECIMENTOS.




Avatar é uma manifestação corporal de um ser imortal segundo a religião hindu, por vezes até do Ser Supremo. Deriva do sânscrito Avatāra, que significa "descida", normalmente denotando uma (religião) encarnações de Vishnu (tais como Krishna), que muitos hinduístas reverenciam como divindade.
Muitos não-hindus, por extensão, usam o termo para denotar as encarnações de divindades em outras religiões.

 Definição

Avatar vem do sânscrito Aval, que significa "Aquele que descende de Deus", ou simplesmente "Encarnação". Qualquer espírito que ocupe um corpo de carne, representando assim uma manifestação divina na Terra.
A melhor definição vem de um antigo escrito indiano,
Vedas:
"Avatara, ou a encarnação da Divindade, descende do reinado divino pela criação e manutenção da manifestação em um corpo material. E essa forma singular da Personalidade da Divindade que então se apresenta é chamada de
encarnação ou Avatara. Tais Personalidades estão situadas no mundo espiritual, o reinado divino. Quando Eles transcendem para a criação material, Eles assumem então o nome Avatara." - Chantajar-caritativa 2.20.263 - 264.
Um avatar é uma forma encarnada de um Ser Supremo, e tais incontáveis formas divinas residem em um plano espiritual.
Quando essa forma despersonalizada de Deus transcende daquela dimensão elevada para o plano material do mundo, Ele - ou Ela - é conhecido então como a
encarnação ou Avatara.
Em uma concepção mais abrangente, a encarnação poderia ser descrita como o
corpo de carne. Mas essa concepção seria talvez errada, conquanto tais formas divinas não se tornam reais seres de carne e osso, ou assumem corpos materiais. Uma alma comum assume corpos matérias de carne e osso, mas no caso dessa manifestação divina, Seu corpo e Sua alma transcendem a matéria e embora apareçam como impersonalizações, aquele corpo também pertence a Sua essência espiritual.

Essa palavra Avatar se tornou popular entre os meios de comunicação e
informática devido às figuras que são criadas à imagem e semelhança do usuário, permitindo sua "personalização" no interior das máquinas e telas de computador. Tal criação assemelha-se a um avatar por ser uma transcendência da imagem da pessoa, que ganha um corpo virtual, desde os anos 80, quando o nome foi usado pela primeira vez em um jogo de computador.
Mas a primeira concepção de Avatar vem primariamente dos textos Hindus, que citam
Krishna como o oitavo avatar - ou encarnação - de Vishnu, a quem muitos Hindus adoravam como um Deus.

 Referências









*****


Crítica: Avatar

James Cameron e o Apocalipse Na´Vi

Érico Borgo
14 de Dezembro de 2009
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Roteiro:
James Cameron
Elenco:
Sam Worthington, Zoe Saldana, Stephen Lang, Sigourney Weaver,

Avatar

Avatar
EUA , 2009 - 162 minutos
Ação / Aventura / Ficção científica
Direção:
James Cameron
Avatar
Avatar
Michelle Rodriguez, Giovanni Ribisi
5 ovos
Avatar
Avatar
Avatar
Quase uma década sendo criado. Mais de 400 milhões de dólares consumidos entre orçamento de produção, pesquisa e desenvolvimento de tecnologia e marketing. O primeiro longa-metragem de ficção do "Rei do Mundo" desde o campeão imbatível de bilheteria Titanic (1997). Tudo o que cerca Avatar (2009) é superlativo.
A história do cinema, todavia, já provou mais de uma dezena de vezes que nem tudo o que reluz é ouro (ou unobtainium, pra ficar na terminologia do filme). Grandes produções megalomaníacas despencaram perante o teste do público. Avatar, por sua vez, consegue se estabelecer como um triunfo visual e de design.
O diretor, roteirista e produtor James Cameron entrega um produto à altura de toda a expectativa criada. Pandora, o mundo alienígena que ele imaginou, respira nas telas. Cada planta, cada criatura, cada ecossistema parecem reais, como se desenvolvidos por botânicos ou geneticistas. O nível de detalhes (prepare-se para espantar mosquitos da tela) é embasbacante, impossível de ser absorvido em apenas uma visita. Já os Na´Vi, a raça inteligente do lugar, são organizados em uma sociedade que parece um amálgama de todas as grandes civilizações indígenas da Terra. Conceitos de energia e religião consagrados da ficção científica também encontram espaço importante: Pandora tem sua própria "Força", que ganha aqui uma qualidade tátil interessante através de conexões físicas - um tema, não por acaso, recorrente a todo Avatar. Já tudo o que se refere aos humanos (design, motivações, etc.) é conhecido e testado (inclusive pelo próprio Cameron em Aliens - O Resgate), equilibrando a estranheza Na´Vi.
Esse acesso narrativo é parte do pacote. A história é conhecida e os personagens, arquetípicos. Tudo entregue já pré-digerido e sem surpresas. O foco é mesmo no deslumbramento visual. Para cada diálogo clichê (você sabe que ouvirá um discurso a la Henrique V desde a bombonière) há milhares de detalhes gráficos. Nem sempre relevantes à trama, claro, mas todos importantes para o estabelecimento de Pandora como um organismo vivo.
Quando entende-se isso - e não demora muito - a ligação emocional com o mundo e seus personagens alcança algo raro no cinemão blockbuster. Cada Na´Vi, planta ou criatura duramente atingidos pela ganância do "povo do céu" são sentidos nas batalhas desse verdadeiro Apocalipse Na´Vi. Como exercício crítico, compare isso com outra fantasia high-tech recente, a de Michael Bay e seu sem-fim de robôs que caem como moscas sem qualquer relevância. A distância entre os dois filmes não poderia ser mais abissal. Vale mencionar também que Cameron conduz a ação com mão segura: acompanha cada personagem, cria cada arco em meio ao caos, e sabemos exatamente o que está acontecendo, onde e com quem. O volume absurdo de elementos em tela nunca se sobrepõe aos personagens e seus dramas, nem mesmo no colossal embate do clímax.
O investimento no 3-D estereoscópico auxilia nesse resultado. Com uma profundidade espacial jamais vista no cinema, Avatar tem espaço de sobra para destacar personagens e situações de qualquer coisa que esteja acontecendo nos outros planos. Certos quadros, aliás, são vertiginosos. Cameron sabe muito bem o que obteve e não esconde o jogo: a primeira cena do filme já foi pensada para literalmente ampliar os horizontes da plateia. Nela, Jake Sully (Sam Worthington), fuzileiro naval paraplégico, desperta de sua animação suspensa depois de cinco anos em viagem da Terra a Pandora. Do confinamento de sua cápsula, somos lançados ao interior de uma nave espacial imensa. É o jeito de Cameron dizer que chegou a hora do cinema abandonar certos confortos...
É curioso notar como o cineasta passou uma década mergulhado em seu projeto e ele surja ainda tão inovador, à frente de seu tempo. Era de se esperar que qualquer coisa que demorasse tanto para ficar pronta nascesse um tanto datada - tanto que era essa a aposta de muita gente para Avatar (inclusive a minha, confesso). No entanto, as câmeras e a tecnologia de performance criadas do zero por Cameron são tão impressionantes que é literalmente impossível distinguir o que é real do que é modelo criado por computador. As cenas em que humanos e Na´Vi dividem as telas, por exemplo, desafiam qualquer percepção. Pequenos momentos, como a mordida de Jake numa fruta alienígena, emocionam tanto quando passagens criadas para tanto - e ainda assim o filme consegue guardar sequências ainda mais impressionantes para o final (a lágrima de Neytiri é real, só pode ser!)
Mas, obviamente, nada que a tecnologia tivesse conseguido alcançar sozinha. É excepcional o trabalho de preparação de atores. Worthington convence tanto quanto paraplégico alquebrado como guerreiro falastrão. Já Zoë Saldana fala pouco em inglês carregado de sotaque - mas a tecnologia se encarrega de transferir sua interpretação de nativa orgulhosa para o corpo de pixels. Enquanto isso, o Coronel Quaritch (Stephen Lang) - que tem sua própria extensão física - já se estabelece como um dos melhores vilões do cinema recente. Os avatares estão dentro e por trás das telas e as emblemáticas conexões, sejam elas físicas ou narrativas, funcionam além das expectativas e em todos os níveis.
Com Avatar, James Cameron deixa de ser Rei de um Mundo para se tornar Deus de seu próprio planeta. Só nos resta imaginar agora o que vem a seguir...