domingo, 23 de maio de 2010

Pensamentando. Conjecturas ... No cemitério, Primavera.


Rastros

Sulcos na terra molhada.
Plasmado o onde.
Nascente, água.
Flores,
casa escondida.
Tua morada?
Além da vida,
há vida!
Panorâmica vista!
Onde?
Não sei.

Diante de um túmulo, uma visão.
Jorra na saudade, lágrimas por amor.
Ali, dois corpos ... certamente decompostos.
Despojos materiais. Mesmo assim, há ainda dor ao visitá-los.E meu olhar buscou o céu, meio que cinzento. Percorreu o vasto verde, e deparou-se com novos depositares de corpos, agora inertes. Familiares, dores visíveis e inalteradas. Assim como senti as minhas.Deposito as flores e verto saudades em lágrimas, que ainda teimam ...
Neca e Dany ...que saudade!
Nossas vidas continuam, vezes tumultuadas.
E as suas? Elevadas?
Sem respostas, olho o céu e aves que plainam ...e certeza tenho, a liberdade é imprescindível em qualquer lugar:aqui, agora, na extensão ... porque teimo em acreditar, na vida que flui, depois da morte da matéria.
Liberdade!
De toda e qualquer escolha, liberdade!
Sou ser liberto, preso incoerentemente à minha matéria.
Um dia não terei este peso.E não quero estar neste espaço por hora predestinado: túmulo.
Quero ser cinzas! E voar ao vento!E fazer parte do todo, por partes, minúsculas, porém libertas.
Bom dia, mãe!
Bom dia, Dany!
Há vínculos que não se quebram: amor e respeito.Estes são pra sempre.
Tata Junq

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