quinta-feira, 23 de julho de 2009

Momentos reflexivos.


A Sampa que amo está molhada! E como sempre, as pessoas se apressam em suas caminhadas.Os carros fluem , as motos fluem ...e farol fecha, e farol abre ...sequencial quase frenético ...pneus passam em poças ...fazendo som acumulativo...somados a ruídos de motores , buzinas ... Escureceu mais cedo, está frio ...meu coração está morno, nem cheio, nem vazio, nem frio.Qual a vantagem?Amar Sampa é vantagem, é nostalgia que invade.Coração morno, é desvantagem.Não quero calor aqui neste espaço, hoje chuvoso. A chuva é bonita, necessária ...lava o chão, penetra nos cantos de terra, alimenta.As árvores do bairro, agradecem...as plantinhas dos jardins também. Meu olhar também é agradecido, meio perdido em conjecturas e atento a cada detalhe.Uma senhorinha adentra ao meu recinto de trabalho ..pede guarida.Gentilmente pedimos a ela para sentar-se e esperar pelo menos a chuva amainar ... e ela me fala de sua vida.Eu a escuto atentamente.É resolvida,determinada ...só foge da chuva e de alguns medos ...vejo nos seus olhos a necessidade de conversas pra banir a solidão.Envelhecer... estar só, viúva.Valentemente permanece. Valentemente disponibiliza-se da vida.Quando ela sai, acompanho-a até a porta, ofereço minha mão pra que ela desça o degrau em segurança...recomendo-lhe cuidados para a travessia na avenida.Não é a primeira vez que ela vem aqui conversar ...Quando a vejo, meus olhos se encantam ...é branquinha, de cabelos bem branquinhos, marcas do tempo, no rosto, nas mãos e no coração.Chove lá fora...choveu ternura em meu coração.Amo Sampa, amo chuva, amo pessoas ...Sampa é fria. Meu coração de morno, aqueceu-se.Meu olhar, ainda, é de procura.


Tata Junq
23/07/09 18h.

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