domingo, 14 de dezembro de 2008

Somente palavras de um poeta fantástico: Carlos Drummond de Andrade.

O tempo passa?
Não passa.


O tempo passa?
Não passa
no abismo do coração.
Lá dentro, perdura a graça do amor,
florindo em canção.


O tempo nos aproxima cada vez mais,
nos reduza um só verso
e uma rima de mãos e olhos, na luz.
Não há tempo consumido
nem tempo a economizar.


O tempo é todo vestido de amor
e tempo de amar.
O meu tempo e o teu, amada,
transcendem qualquer medida


E nosso amor,
que brotou tempo,
não tem idade,
pois só quem ama
escutou
o apelo da eternidade.


***Não preciso dizer, ou melhor, preciso dizer da importância desse poeta em minha vida ... sua sensibilidade criativa é ímpar, fantástica ...e toma conta de nossos corações e bocas ...

Idos e vividos tempos ...

Tocam músicas dos anos 70.
Voltar ao tempo, buscar lembranças? Devo? Posso.
Tudo é permitido, menos sofrer de amor.
2008, quase, quase 2009.
Vida nova, novas músicas, novos sonhos, novas emoções.
Pode tocar à vontade ," Xanadu", um dancing todo especial ... mas é para sonhar um novo sonho, com toda a redundância vocabular ... rsrss ... bailar, sentir ... novas emoções.
Permito-me agora _ o libertar!!!
A calhar, toca : "I'D LOVE YOU TO WANT ME"... adoraria, de verdade.
Tata Junq

"ALGODÃO DOCE" e os moradores de rua assistidos ...



Estar nas ruas é lidar com surpresas diárias. Aliás o ser humano é surpreendente, mesmo nas mais prováveis situações de desconforto e dor.
A cada visita, encontramos seres já conhecidos e outros a conhecer. E todos ou quase todos em seus limites ... e na verdade, pouco ou nada sabemos deles. Conhecimento de detalhes pequenos fornecidos por eles mesmos, quando lhes convém. E no mais, quando estão embriagados, do álcool e da falta de amor.
Dói a falta de amor! Dói ver a dor alheia!
Há os que se postam, indiferentes, alheios a todos ... fixam os olhos na comida oferecida, como se não a visse. Outros, agradecem, agradecem e sorvem rapidamente o conteúdo, outros aguardam acanhados, outros a guardam, outros dividem com seus animais ... Bonito de ver! Há solidariedade entre eles.Troca de calor, literal e sentimental.
Sente-se o frio da noite ... a distância que nos separa. Nossas identidades somam-se por hora, no amor. E, parece tão pouco ... a sensação é de débito ainda ... poderíamos fazer muito mais.
Debaixo dos viadutos, indigentes. Nas esquinas há gente, um,dois, três ... muitos indigentes. Nas ruas há gente, indigentes! E há dor, miséria, descasos, falta de amor, isolamento , solidão ... Há drogas, e uma droga-de-viver, em vão, sem construção.
É verdadeiramente triste. Faz-nos questionar nossas vidas ... os lamentos, tornam-se vãos, minúsculos, egoístas, de fazer também dó!
Somos o que sonhamos? Há muitos perambulantes que nada são, deixaram de sonhar. Apenas vivem .Vivem? Ou vegetam?

Tata Junq